A Europa exigiu, a população pressionou e o governo de George Papandreou na Grécia caiu. Ontem, líderes políticos gregos chegaram a um acordo para a formação de um governo de união nacional na esperança de aprovar o pacote de resgate da União Europeia, impedir um calote total e evitar o caos financeiro no continente. Falta definir quem irá compor o governo. Líderes políticos entraram pela madrugada em negociações.

continua após a publicidade

A saída de Papandreou foi confirmada para evitar um terremoto nos mercados hoje. O governo grego é o quinto a ser derrubado pela crise na Europa. Mas, desta vez, as condições para assumir o poder e até a data de novas eleições foram determinadas por Bruxelas.

Papandreou, que em 2009 foi eleito com a promessa de reduzir a pobreza, termina seu governo com meros 10% de apoio da população. Ontem, confirmou que não fará parte do novo governo e oficialmente entregará seu cargo depois de chegar a um acordo com a oposição sobre o novo chefe de governo. “Não posso deixar um vácuo”, disse, antes de fechar o acordo.

Seu anúncio conclui uma semana de caos político gerado por sua decisão de levar o pacote de resgate a um referendo nacional, medida que enfureceu a UE e que tinha como meta evitar a convocação de eleições antecipadas. Ontem, a imprensa local indicava que o substituto seria Lucas Papademos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, um tecnocrata apoiado pelos principais bancos europeus. Outros três nomes estavam na mesa de negociações.

continua após a publicidade

O acordo ainda segue outra exigência da UE. Eleições serão convocadas, mas só depois de a Grécia aprovar no Parlamento seus compromissos de reformas exigidos pela UE para que 130 bilhões sejam liberados. Essa era uma exigência de Alemanha e França. Vários partidos gregos insistiam que queriam rever os termos do acordo. Em Atenas, a perspectiva é de que a eleição ocorra no final de fevereiro.

O ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, pode permanecer no cargo. Considerado pessoa de confiança da UE, hoje vai a Bruxelas entregar aos demais ministros da zona do euro o compromisso de aprovação do pacote. Sem mostrar compromisso em cortar gastos, salários e pensões, a Grécia não receberá nem a parcela de 8 bilhões prevista para pagar as contas até o fim do ano, nem o pacote de 130 bilhões para 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

continua após a publicidade