Brasília – O aumento do índice de desemprego, que atingiu 13% nas seis principais regiões metropolitanas, segundo o IBGE, levou hoje o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Francisco Fausto, a afirmar que o País poderá enfrentar em pouco tempo uma situação de “caos generalizado”, caso o governo, como afirmou, não abandone a “inércia” no desenvolvimento de políticas de inserção social.

“Se não ocorrer o tal “espetáculo do crescimento?, o Brasil acabará transformado num campo de guerrilha urbana entre empregados e desempregados”, afirmou o presidente do TST, em comunicado divulgado no site do tribunal na internet. “O desemprego é uma etapa da precarização do próprio emprego e a etapa seguinte, a que infelizmente nós já estamos assistindo em alguns pontos do País, corresponde à degradação do trabalho escravo”, sustentou.

Apesar de criticar a falta de ação do governo, o ministro disse ter esperança nos resultados da ação do governo no cenário internacional.

“Acredito que a política externa que o governo brasileiro está adotando resulte em investimentos, o que permitirá um combate eficaz ao desemprego e outras mazelas como a gritante queda da massa salarial dos trabalhadores.” No plano interno, o presidente do TST questiona os rumos da política econômica. Ele disse que é razoável a preocupação do governo de combater a inflação, mas observou que essa política implica adotar medidas recessivas, que quebram empresas e eliminam empregos. E defendeu mudanças na legislação para amenizar o problema do desemprego, citando como exemplo a redução da jornada de trabalho. Para ele, medidas emergenciais, como a criação de frentes de trabalho não são suficientes para restabelecer o nível de ocupação. “Esse tipo de iniciativa não prospera”, afirmou.

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