O comportamento da dívida líquida do setor público foi um dos fatores apontados pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que podem ajudar o Brasil a enfrentar melhor a atual crise financeira internacional, em palestra ao Congresso Nacional de Jovens Lideranças Empresariais, em Goiânia, na noite de quarta-feira (26). Com a desvalorização do real diante do dólar e a dívida pública caiu. Em 30 de agosto de 2008 a dívida total do setor público brasileiro era equivalente a 40,5% do Produto Interno Bruto(PIB) e hoje é de 36,5%. A estimativa para outubro é de 35,7%.
Para Henrique Meirelles o que era um problema, passa a ser a solução. Com essas condições e as reservas internacionais que tinha, o Brasil pôde controlar a situação. Isso porque durante um ano a crise dos Estados Unidos não atingiu boa parte dos emergentes, inclusive o Brasil.
“O Brasil está bem preparado para a crise e tem condições de continuar a crescer, ao invés de entrar em recessão, como outros países. Uma delas é o compulsório”, disse Henrique Meirelles. Outra medida importante, segundo ele, foi destinar (o Banco Central) cerca de R$ 30 bilhões para a compra de carteiras de pequenos bancos e R$ 5,5 bilhões para crédito agrícola. E acaba de colocar parte desse dinheiro à disposição de bancos que emprestem ao BNDES cerca de R$ 6 bilhões. Como resultado – disse Meirelles – após uma queda em outubro, o crédito continua a se recuperar gradualmente.