Presidente do BC descarta relação entre saída de diretores e decisão do Copom

Brasília – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, descartou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (26), qualquer relação entre o afastamento de dois membros de sua diretoria e a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de frear a trajetória de redução da taxa básica de juros.

Em sua última reunião, o Copom manteve a taxa em 11,25%, interrompendo o processo de cortes iniciado em setembro de 2005.

"Não foi o caso", afirmou Meirelles, diante das perguntas de jornalistas sobre possíveis discordâncias dos diretores Paulo Sérgio Cavalheiro e Paulo Vieira da Cunha, que deixam a diretoria de Fiscalização e a de Assuntos Internacionais, respectivamente.

Segundo Meirelles, as demissões tiveram caráter pessoal e fazem parte de uma mudança rotineira. "É parte do processo normal de evolução dos profissionais", disse, ao comentar que desde que assumiu a presidência do Banco Central foram 14 as substituições.

No caso de Cavalheiro, Meirelles informou que ele tem 31 anos de Banco Central, cinco dos quais na diretoria, "e concluiu que agora é o momento de perseguir novas experiências profissionais". Segundo o presidente, após cumprir a quarentena, Cavalheiro partirá para o mercado de trabalho.

Já Paulo Vieira da Cunha voltará para os Estados Unidos por exigências familiares: "Como a família não pode se mudar para o Brasil, ele decidiu que depois de dois anos já era hora de voltar ao convívio familiar".

Meirelles agradeceu a colaboração dos dois diretores que saem e também elogiou os três nomes que encaminhará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor a diretoria. Maria Celina Berardinelli Arraes, indicada para a diretoria de Assuntos Internacionais; Alvir Alberto Hoffmann, para a de Fiscalização; e Anthero de Moraes Meirelles, para a de Administração, que estava vaga, são funcionários de carreira do Banco Central, com "vasta experiência" em suas respectivas áreas, segundo Meirelles.

Maria Celina atuava como coordenadora de Planejamento e Gestão Estratégica no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). No Banco Central ocupou, entre outros, o cargo de secretária-executiva. Também foi assessora do diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo Brasil.

Hoffmann chega de Washington (EUA), onde trabalhava como especialista do setor financeiro no FMI. É funcionário do BC desde 1978.

E Meirelles, com quem o presidente do Banco Central frisou não ter parentesco, é funcionário da instituição desde 1994. Atualmente, ocupa o cargo de gerente regional em Belo Horizonte.

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