Presidente do BC defende política monetária

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu a manutenção das atuais políticas monetária, fiscal e externa vigentes no País. Segundo ele, a redução da taxa real de juros depende da redução do prêmio de risco do Brasil, que é resultado da ?continuada melhora dos fundamentos? que estão sendo adotados pela equipe econômica.

?Os prêmios de risco continuarão caindo e teremos isso refletido ao longo do tempo na taxa de juros real do mercado?, disse ele ontem em São Paulo, após participar de seminário sobre as perspectivas econômicas para 2006.

Meirelles afirmou que a diminuição do prêmio de risco do Brasil depende da possibilidade de o País sinalizar a ?continuada melhora dos fundamentos?.

Essa sinalização, segundo ele, depende da ?continuada convergência da inflação para as metas?. ?Precisamos manter uma continuada melhora dos fundamentos, seja na área fiscal ou no setor externo.?

Segundo ele, é importante para o Brasil que os ?agentes tenham a incerteza diminuída em relação à trajetória de inflação?.

O indicador do JP Morgan, uma das medidas de risco mais acompanhadas pelo mercado, está no menor nível desde que começou a ser calculado, em 1994.

Espaço

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Rodrigo Azevedo, disse ontem que a queda da inflação deve permitir uma redução significativa da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).

?Se o atual cenário benigno da inflação continuar nos próximos anos, haverá muito espaço para nós baixarmos a taxa de juro real?, afirmou Azevedo em Hong Kong, onde participa de reuniões com investidores, segundo reportagem publicada pelo site da agência de notícias Bloomberg.

O Banco Central vem promovendo reduções graduais na Selic. Nos últimos três meses, a taxa recuou de 19,75% para 18,5% ao ano. Entretanto, com a divulgação na semana passada de que o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 1,2% no terceiro trimestre em relação ao segundo, criou-se no mercado a expectativa de que os juros poderiam passar a cair mais rapidamente. A afirmação de Azevedo em Hong Kong corrobora com essas estimativas.

No entanto, a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) divulgada na última quinta-feira foi considerada pelo mercado um banho de água fria por nem citar a queda do PIB nem indicar a aceleração no corte de juros.

Também em Hong Kong, o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, disse que o crescimento da economia brasileira neste ano deverá alcançar cerca de 3%. A previsão inicial do governo era de 3,4%, resultado que já estaria bem abaixo dos 4,9% obtidos no ano passado.

Levy também tentou mostrar otimismo sobre o próximo ano. Afirmou que a economia está no ?caminho certo? para crescer entre 4% e 4,5% em 2006.

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