Brasília

– O deputado João Paulo Cunha, líder do PT na Câmara, disse em São Paulo que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pode anunciar hoje o nome do presidente do Banco Central de seu governo. De acordo com Cunha, que participou da reunião do Diretório Nacional do PT na capital paulista, ao dizer que pretende anunciar o seu ministério em bloco, Lula se referia aos ministros e presidentes de estatais.

Cunha lembrou que caso Lula opte por não anunciar o presidente do BC hoje, ele tem até o dia 30 de dezembro para articular acordos e convocar uma seção extraordinária do Senado que irá sabatinar o indicado. O ano legislativo termina no próximo dia 15, mas, se o Orçamento não for votado até lá, o Congresso pode fazer uma auto-convocação. “Se houver acordo, significa que o nome do futuro presidente do BC pode ser aprovado pelo Senado até o dia 30”, concluiu.

A senadora petista por Alagoas, Heloísa Helena, disse ontem, na reunião do Diretório Nacional do partido em São Paulo, que espera que o presidente do Banco Icatu, Pedro Bodin, não seja o novo presidente do Banco Central. “O povo brasileiro mostrou nas urnas que é contra o modelo econômico atual e o Bodin é ligado ao mercado.” Bodin foi diretor de Política Monetária do BC em 1991, quando Francisco Gros presidia a instituição e o ministro da Fazenda era Marcílio Marques Moreira.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a se reunir com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Esse foi o segundo encontro entre os dois desde ontem, quando conversaram durante uma hora e meia no aeroporto de Brasília. O presidente do BC chegou às 8h30, vestido de calça jeans e camisa, mas não teria participado do encontro entre Köhler, Lula e Palocci. “Não seria apropriado ele (Fraga) interferir nas decisões do governo eleito”, disse o diretor do FMI, que elogiou a atuação de Fraga. O presidente eleito está tendo dificuldades para fechar um nome para comandar o BC a partir do ano que vem. Lula nega que queira manter Fraga, mas alguns petistas consideram essa hipótese, apenas no início do mandato, possível.

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