Presidente do Banco Central já olha política de longe

A eleição do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para participar do Conselho Diretor do Banco de Compensações Internacionais (BIS) poderá ser decisiva para ele abandonar a ideia de voltar à vida política. Nem mesmo o sonho de governar seu Estado, Goiás, o anima.

Meirelles aguarda os acontecimentos para ver se tem ou não chances de ser candidato a vice-presidente na chapa da petista Dilma Rousseff e, somente neste caso, pelo menos por enquanto, desistiria da projeção internacional de pertencer ao conselho do BIS, entidade máxima de regulação dos bancos centrais.

Entre o mundo do tecnicismo financeiro e a política, a possibilidade de candidatura ao governo de Goiás ou a disputa por uma vaga no Senado há algum tempo não entusiasmam Meirelles, que é filiado ao PMDB. Ele considera que perdeu o timing para iniciar uma campanha para governar seu Estado.

Em outubro do ano passado, avaliava que o candidato da oposição, Marconi Perillo (PSDB), estava um bom terreno à frente na disputa porque faz campanha desde que deixou o governo de Goiás em 2006 para se candidatar senador. Para alcançá-lo teria de se afastar imediatamente do BC, e isso ele não faria.

Mas, como em política nada é definitivo, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende – até então favorito no partido para enfrentar Perillo -, praticamente desistiu da disputa.

Iris está com 76 anos, teve a saúde fragilizada desde que sofreu um sério acidente automobilístico e em dezembro retirou a vesícula. Seus aliados acham que ele não tem condições de enfrentar outra campanha tão agitada quanto a de governador.

O que Meirelles tem a seu favor é o tempo. Ele só deve tomar uma decisão no fim de março utilizando ao máximo o prazo de desincompatibilização – o limite é 3 de abril.

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