Pedro Parente, que estava no comando da Petrobras desde junho de 2016 pediu demissão do cargo na manhã desta sexta-feira (1º). O pedido ocorreu exatamente dois anos após ele entrar no cargo.
O pedido de demissão ocorreu após uma reunião entre Pedro Parente e o presidente Michel Temer, ocorrido nesta manhã no Palácio do Planalto.
O encontro ocorreu após o governo lançar medidas com custo de R$ 13,5 bilhões para baixar o preço do diesel e ajudar a encerrar a greve dos caminhoneiros.
Em nota, a Petrobras informou que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração ao longo desta sexta-feira, e que a composição dos demais membros da diretoria executiva não sofrerá qualquer alteração.
“O que prometi foi entregue”
Em sua carta de demissão, Pedro Parente afirmou que sua trajetória na Petrobrás foi acompanha de perto pela imprensa, opinião pública e por investidores e acionistas. “Faço um julgamento sereno de meu desempenho, e me sinto autorizado a dizer que o que prometi, foi entregue, graças ao trabalho abnegado de um time de executivos, gerentes e o apoio de uma grande parte da força de trabalho da empresa, sempre, repito, com o decidido apoio de seu Conselho”, diz um trecho da carta.
Em outro trecho, Pedro Parente falou sobre a greve dos caminhoneiros. “A greve e suas graves consequências para a vida do País desencadearam um intenso e por vezes emocional debate sobre as origens dessa crise e colocaram a política de preços da Petrobras sob intenso questionamento. Poucos conseguem enxergar que ela reflete choques que alcançaram a economia global, com seus efeitos no País. Movimentos na cotação do petróleo e do câmbio elevaram os preços dos derivados, magnificaram as distorções de tributação no setor e levaram o governo a buscar alternativas para a solução da greve, definindo-se pela concessão de subvenção ao consumidor de diesel.
Tenho refletido muito sobre tudo o que aconteceu. Está claro, Sr. Presidente, que novas discussões serão necessárias. E, diante deste quadro fica claro que a minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente. Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas”, disse o então presidente da Petrobras.
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