Brasília – O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, negou nesta quarta-feira (7) que a estatal tenha sido leniente com as distribuidoras de gás natural veicular (GNV) até reduzir o fornecimento. Essas empresas, disse, estavam cientes de que recebiam mais gás que o previsto no contrato e de que esse adicional poderia ser cortado, caso necessário. Ele garantiu ainda que os contratos já firmados com as distribuidoras serão cumpridos.
"Na medida em que havia disponibilidade de gás, a Petrobras entregou. Todas as distribuidoras estavam conscientes de que se houvesse necessidade, o gás seria reduzido, porque há prioridades gerais que são definidas pelos contratos", afirmou à imprensa, no Palácio do Planalto.
No final de outubro, a Petrobras limitou a entrega de gás natural nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, sob a alegação de que há mais de um ano as distribuidoras retiravam combustível além do previsto nos contratos. A estatal alegou também que a redução da entrega era necessária para atender aos demais contratos e garantir a geração de energia elétrica das usinas a gás natural, conforme termo de compromisso assinado em maio com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Por causa da redução, as distribuidoras reduziram o repasse de gás para os postos de combustíveis, atingindo os donos de veículos movidos a gás natural veicular (GNV). Gabrielli criticou a decisão da Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG) de cortar o fornecimento para os postos na última semana: "Acho que foi uma decisão política. Ela tinha a alternativa de cortar de outros lugares". E explicou: "A Petrobras não vende gás ao consumidor final. A Petrobras não tem nada a agir no destino final do gás. São elas [distribuidoras] que destinam o gás para onde querem."
Para o presidente da estatal, gás natural não deveria ser usado como combustível de veículos. "Eu acho que o uso do gás natural para veículos não é o melhor uso", afirmou. O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, também desaconselhou os motoristas a converterem os veículos para uso de gás.
Gabrielli disse também que a Petrobras está fazendo investimentos para poder ofertar 134 milhões de metros cúbicos de gás em 2012.
