O presidente da Infraero, Antônio Claret de Oliveira, afirmou nesta terça-feira, 14, que pretende entregar ao próximo presidente da República uma estatal enxuta e pronta para abrir capital. “Tivemos que primeiro enxugar a empresa, ter a empresa pronta para fazer o processo, e não privatizar de qualquer forma”, destacou em painel no 6º Fórum Lide de Infraestrutura Logística e Mobilidade.
O presidente da Infraero afirmou, porém, que ainda não há decisão sobre se o processo de privatização da estatal passará por uma oferta inicial pública (IPO) ou uma fusão e aquisição (M&A).
Durante sua fala, Claret salientou o trabalho que vem fazendo à frente da estatal para enxugar sua estrutura – que, segundo ele, tem uma meta de chegar a, no máximo, 6 mil funcionários – e melhorar sua governança. Com o aumento da credibilidade, a Infraero tem conseguido firmar boas parcerias e aproveitado para melhorar resultados em áreas comerciais nos 54 terminais sob sua administração, exemplificou. “Vamos parar de colocar a culpa no governo. Estou em uma estatal. Dentro da estatal tive muita dificuldade e, mesmo assim, estamos virando o resultado da empresa”, disse.
Ainda em sua exposição, o presidente da Infraero classificou como “deficiente” o antigo modelo adotado pelo governo federal para as concessões aeroportuárias, que envolvia a estatal como sócia nos consórcios, com uma participação de 49%. Claret avaliou que esse processo foi “danoso” à empresa, que acabava tendo que arcar com metade da conta dos investimentos, servindo quase que como uma garantia federal nos projetos.
Durante o painel, ele reiterou que não é contra as privatizações de aeroportos. “Talvez eu tenha sido a pessoa que mais privatizou na Infraero na história. Já fizemos concessão com investimentos em praticamente todos os terminais de carga dos aeroportos do Brasil, com resultados fantásticos.”