O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), demonstrou preocupação com a possibilidade de que a Câmara aprove na noite desta terça-feira, 14, o projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais. Para ele, o texto foi debatido de forma açodada e elimina a capacidade de atuação estratégica do governo nas empresas públicas.

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O primeiro ponto problemático no projeto, na avaliação do deputado, é o regramento para a composição dos conselhos das companhias e para a indicação das diretorias. O texto que será votado em plenário deve exigir que 20% dos membros dos conselhos de administração sejam independentes. Há ainda a proibição de que nomes do governo, como ministros, sejam indicados aos conselhos.

“O texto cria um mecanismo que faz com que empresas estatais sejam povoadas por gente do mercado. Defendo a meritocracia, que tenha critérios técnicos para ocupação dos cargos, mas não necessariamente de pessoas do mercado”, disse. Para ele, o Estado, como acionista majoritário, precisa ter capacidade de atuação. “O Estado vai ficar impedido de defender sua posição, porque a ‘pseudo neutralidade’ que se quer vai entupir os conselhos de gente do mercado”, disse.

Para o parlamentar, o texto ainda prioriza a economicidade na atuação das estatais, mas ignora que essas companhias devem servir à sociedade. “A Caixa, por exemplo, tem uma função social. Ela pode ser analisada, no ponto de vista de rentabilidade, como um banco privado? Não pode”, afirmou.

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Para que sejam minados casos de ingerência política, Magalhães defende que sejam aperfeiçoados mecanismos de controle, de transparência e de fiscalização. “Agora, é complicado querer eliminar a atuação de um governo sobre a empresa estatal. O que não pode ter são os interesses menores da política rasteira”, afirmou.