O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, criticou o procedimento da Companhia Paranaense de Energia (Copel) que enviou, logo após as eleições, uma carta a 146 mil produtores rurais do Estado, exigindo o recadastramento para que as faturas de energia elétrica das propriedades rurais continuassem isentas de tributação. O descontentamento do presidente da entidade foi encaminhado ontem, em forma de correspondência, ao governador Roberto Requião.
Segundo Meneguette, a Copel deu um prazo de apenas 17 dias, ou seja, até o próximo dia 27, para que os produtores apresentassem documentos como CPF, carteira de identidade, Cadastro do Produtor Rural (CAD/Pro) da Secretaria da Fazenda e outros nos escritórios da Copel ou na Emater. “Outras 200 mil cartas estão programadas para ser envidadas em breve”, disse.
Na carta enviada aos produtores rurais, a Copel alerta que, se os documentos não forem apresentados à companhia, a unidade consumidora será reclassificada e passará a pagar energia até 70% mais elevada. Ao criticar o procedimento da companhia, o presidente da Faep ressaltou que a exigência é feita no pior momento do ano.
“Justamente, no momento em que os produtores estão tentando negociar suas dívidas e obter financiamento. Além disso, eles estão iniciando o plantio e os bancos estão em greve. Em nenhum momento, a direção da Copel procurou as entidades de classe para dialogar sobre a conveniência e a estratégia do recadastramento”, lembrou.
Diante do impasse, a Faep entrou em contato com as secretarias da Agricultura e da Fazenda, além da Copel, mas não obteve nenhuma solução. Segundo Meneguette, a companhia esquiva-se, dizendo que a pressão é da Secretaria da Fazenda. “Esta, por sua vez, alega que o problema é da própria Copel”, afirmou.
O presidente da Faep ainda lembrou que no último dia 9, foi enviado ao governador do Estado, à Secretaria da Agricultura e à Copel, um ofício em que a federação solicitava que o prazo estabelecido pela companhia fosse aumentado para evitar tumulto e desconforto provocados pelo recadastramento no interior do Paraná.