Lisboa (Portugal) – A "falta de dinamismo" no intercâmbio comercial com os europeus preocupa empresários brasileiros. Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, este será um dos focos da primeira Cúpula Empresarial Brasil-União Européia, amanhã (4), em Lisboa.

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"Embora a União Européia seja a principal parceira comercial do Brasil, está faltando dinamismo nos últimos anos, não estamos tendo o crescimento que deveríamos ter na corrente de comércio", avalia o presidente da CNI. "Isso envolve uma discussão de temas como barreiras e picos tarifários, barreiras não-tarifárias, melhoria de condições de acesso a mercados… Há toda uma agenda voltada para a questão de comércio e investimentos".

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a Europa respondeu por 22,53% do total de exportações brasileiras em 2006 (equivalente a US$ 31 bilhões, 14,8% a mais que no ano anterior) e por 22,12% das importações (US$ 20,2 bilhões, 10,78% superior a 2005). É o principal parceiro comercial do Brasil, que por sua vez representa 1,8% do comércio europeu e ocupa a 11ª posição no ranking de parceiros do bloco.

Para Monteiro Neto, o principal desafio desta primeira cúpula empresarial é focar as questões referentes à relação comercial e econômica entre as duas regiões e implantar um fórum permanente de diálogo entre empresários e governantes. "Vamos definir com as entidades empresariais européias como criar esse mecanismo que vai assegurar a interlocução permanente e o acompanhamento da agenda de parceria estratégica entre Brasil e União Européia".

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Paralelamente ao encontro empresarial, Brasil e Portugal relançarão o Fórum de CEOs (presidentes) de empresas brasileiras e portuguesas. Além disso, de acordo com o Itamaraty, a Petrobras e a estatal portuguesa Galp assinarão memorando de entendimento relativo à produção de óleos vegetais no Nordeste brasileiro para transformação em biodiesel, que será distribuído em Portugal.

O acordo também prevê, numa segunda etapa, a associação para a produção de biodiesel na África.  Petrobras e Galp já são parceiras há vários anos na pesquisa e exploração de petróleo no Brasil.

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