O presente para os pais está repleto não apenas de boas intenções, mas de impostos. Aproveitando a comemoração da data, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgou uma lista com os itens mais procurados para o Dia dos Pais e suas respectivas cargas tributárias. Quem optar por itens do vestuário (roupas, gravatas, ternos), por exemplo, estará pagando 37,84% do valor final em impostos, os CDs têm 47,25% de tributos e uma água de colônia nacional, 51,58%. Quem preferir itens importados estará sujeito a uma carga tributária ainda mais elevada: no caso do whisky, chega a 62,42% e, se a opção for um perfume importado, 71,36%.
?Muitas pessoas, principalmente da classe média e baixa, desconhecem que cada produto, cada serviço tem impostos embutidos. Pensam que só desembolsam valor para o governo no imposto de renda?, apontou a diretora do IBPT, Maria Izabel de Macedo Vialle.
?É um alerta para que as pessoas se conscientizem que, quando vão comprar algo, não pagam só pelo custo do produto. Muitas vezes, mais da metade do valor é imposto?, afirmou. A diretora do IBPT lembrou que muitos países têm carga tributária mais elevada do que a brasileira, porém o governo oferece contrapartida, como educação de qualidade, saúde, assistência social, medicamentos. ?O papel do Estado é dar melhor condição de vida à população. Mas o governo brasileiro não está cumprindo este dever?, criticou.
Conforme campanha do IBPT e associações comerciais de vários estados – inclusive o Paraná, foi criado o impostômetro, que mostra o volume de impostos arrecadado a cada minuto. Na última quinta-feira, dia 10, às 15h30, o marcador apontou a cifra de
R$ 500 bilhões – valor relativo a impostos municipais, estaduais e federais, desde o dia 1.º de janeiro de 2006. ?Se o governo está arrecadando tudo isso, onde está sendo aplicado este volume? É essa conscientização que queremos levar às pessoas?, explicou Maria Izabel.
Conforme levantamento do IBPT, a carga tributária respondeu por 37,82% do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil no ano passado. No primeiro trimestre desse ano, a participação passou para 40,69%. ?Significa que, no ano passado, foi preciso trabalhar 145 dias apenas para pagar os impostos – ou seja, do dia 1.º de janeiro até 20 de maio?, explicou.
