Presença da Copel na Bolsa de NY valoriza empresa

A homenagem da Bolsa de Valores de Nova York, em comemoração aos 50 anos de existência da Companhia Paranaense de Energia (Copel), provocou ampla repercussão nos setores da sociedade. O impacto maior é o reconhecimento da recuperação econômico-financeira da empresa, que estava à beira da insolvência quando o governador Roberto Requião assumiu o governo, no início de 2003.

Para o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Gilberto Piva, o fato de o presidente da Copel, Paulo Pimentel, e Requião darem o início ao pregão da bolsa de valores nova-iorquina, acionando o sino, sela definitivamente a entrada da companhia paranaense no cenário internacional.

?O reconhecimento nos meios financeiros estadual e nacional ganhou projeção no exterior?, afirma Piva. ?E isso só se consegue quando a empresa tem uma administração séria, correta e com objetivos delineados?, acrescentou.

Segundo Piva, devido à recuperação da empresa, foi possível a criação do Luz Fraterna, programa que, na sua opinião, foi uma das ações sociais mais inteligentes que já presenciou. ?Seria necessário programas semelhantes em outras frentes do governo?, sugeriu.

Piva acrescentou que a Copel conseguiu atender a demanda social sem prejudicar o erário público, porque o excedente de energia que existe no Paraná é enviado para outros estados, onde a compra de energia não gera tributos aos paranaenses.

O Paraná deixa de arrecadar ICMS porque a compra de energia é tributada apenas no consumo. Por outro lado, com a economia que a família paranaense beneficiada pelo Luz Fraterna consegue fazer, ao ser isenta do pagamento da energia, sobra mais dinheiro para comprar alimentos e roupas. E, na compra desses produtos, o Estado arrecada mais ICMS, imposto que consegue mobilizar uma ampla cadeia produtiva.

Recuperação

O diretor de coordenação da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, defendeu a necessidade de valorizar o trabalho de recuperação econômico-financeira da Copel, que salvou a empresa do desastre administrativo que seria produzido pelo governo anterior, caso a empresa fosse vendida. ?Se a privatização fosse concretizada, os desvios, danos e irregularidades cometidas contra a empresa não iriam aflorar?, afirmou. Para Friedrich, a privatização iria ?colocar os desmandos num arquivo morto e a sociedade não teria conhecimento sobre eles?.

Friedrich lembrou que o Estado não pode abrir mão de áreas estratégicas e de interesse público como energia. ?Pelo contrário, são justamente esses setores que precisam de transparência e controle público como está demonstrando agora a nova diretoria da Copel.? Para o diretor de Itaipu, é um motivo de orgulho para os paranaenses controlar a melhor empresa de energia do País, ?que foi mantida pública graças ao envolvimento de uma sociedade que se levantou contra a intenção do governo anterior de vendê-la?.

Ex-coordenador do Fórum Popular contra a venda da Copel, Friedrich lembrou que 480 entidades da sociedade civil organizada participaram do movimento e se levantaram contra a privatização da empresa.

Eletricitários

Para o presidente do Sindicato dos Eletricitários (Sindelpar), Paulo Sérgio dos Santos, a homenagem feita pela Bolsa de Nova York à Copel também deve ser estendida aos empregados, ?que sempre tiveram compromisso com a empresa e também se envolveram para evitar a sua privatização?. Ele salientou a importância da diretoria com os bons resultados alcançados pela empresa e lembrou que os empregados sempre estiveram ao lado da administração para que esse desempenho fosse alcançado.

?Prova disso é que, se a Copel fosse vendida, o Paraná estaria em dificuldades para manter o interesse público no fornecimento de energia?, argumentou. Segundo Santos, o trabalho dos sindicatos ajudou a empresa a se fortalecer e também a questionar os contratos firmados na gestão anterior, que tantos prejuízos causaram à  empresa.

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