Gasolina deve ficar mais cara
antes do final do ano.

Antes do final do ano, os brasileiros serão presenteados com mais uma rodada de reajuste dos combustíveis, que possivelmente será anunciada na sexta-feira. Circulou ontem a informação de que o preço da gasolina teria aumento de 9% até o fim de semana. A Petrobras não confirmou nem desmentiu, alegando através da assessoria de imprensa que o objetivo da estatal é “avaliar o mercado, visando manter preços competitivos com o mercado internacional”.

Segundo especialistas do setor de petróleo, o preço da gasolina acumula defasagem de 18%. Uma fonte da Petrobras confirmou que o percentual de aumento será decidido em reunião até sexta-feira. “Os preços ficaram muito defasados e a tendência é acompanhar o mercado internacional”, disse.

Confirmando-se a elevação dos preços nas refinarias, será o nono reajuste dos combustíveis em 2002, contrariando a previsão feita pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), na última ata de 27 de novembro, que previu estabilidade de preços nos dois últimos meses de 2002. Neste ano, a Petrobras adotou a política de ajustar seus preços de acordo com a oscilação do câmbio e do preço do petróleo no mercado internacional. Porém manteve o preço dos combustíveis congelados por quatro meses durante o período eleitoral, alegando que só faria o ajuste quando os preços estivessem estabilizados. Menos de uma semana após a eleição, aumentou a gasolina em 12,09%, em primeiro de novembro, e em 29 de novembro reduziu o preço em 1,6%.

De acordo com os especialistas em petróleo, o preço do óleo diesel deveria subir entre 6% e 7% para ficar alinhado ao mercado internacional. Ontem, o barril de petróleo atingiu o maior patamar em 22 meses, chegando a U$ 31,40, refletindo o aumento de risco de uma guerra no Iraque e da greve na Venezuela, quinto maior produtor mundial do combustível. Como os dois fatores que estão elevando o petróleo são fatores pontuais, a expectativa do mercado é que o reajuste não seja tão alto.

Se for anunciado um reajuste de 9%, o preço médio da gasolina no Paraná passaria dos atuais R$ 1,96 para R$ 2,13. Em Curitiba, saltaria de R$ 1,945 para R$ 2,12. O aumento dos combustíveis é um dos principais responsáveis pela alta da inflação nesse ano. De janeiro a novembro, a gasolina teve variação positiva de 13,52% e o óleo diesel, de 14,17%.

Gás

Não é só na hora de abastecer o carro que os aumentos vão pesar no bolso dos consumidores. Em relação ao gás de cozinha (GLP), a expectativa do setor é de alta de 15%, percentual necessário para alcançar a paridade internacional. “Esperamos tanto o aumento, que deve ser anunciado na sexta-feira, quanto o retorno do subsídio em janeiro, que trará um desconto imediato”, comentou Stelios Chomatas, presidente do Sinregas (Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná). Segundo ele, a equipe do presidente eleito Lula já anunciou a disposição de implantar uma forma de subsídio para o gás. Com o aumento de 15%, o preço médio do bujão de 13 quilos em Curitiba e Região Metropolitana passaria de R$ 27 para R$ 31. No Paraná, o valor médio é R$ 28,50.

Usuários de gás natural também não escaparam dos reajustes, já que na sexta-feira a Petrobras anunciou um reajuste de 27% no preço de venda para as distribuidoras. A Compagas (Companhia Paranaense de Gás) confirmou ontem que haverá aumento, porém só em janeiro. De acordo com a assessoria de imprensa, o percentual a ser aplicado dependerá também da cesta internacional de óleos, valor divulgado trimestralmente, que sairá no dia 31 de dezembro, e da cotação do dólar.

A empresa ressaltou que a alta poderá atingir somente alguns dos segmentos de atuação (comercial, industrial, residencial e veicular). Há um mês, o GNV (gás natural veicular) foi reajustado em 11% para repor as perdas do dólar, custando hoje em média R$ 1,07 o metro cúbico nos postos do Paraná. A Compagas fornece hoje gás natural a 83 clientes, vendendo em média 550 mil metros cúbicos diários.

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