A preocupação com a inflação foi o principal tema das reuniões de representantes do Banco Central (BC) com analistas do mercado ontem (20) de manhã, em São Paulo. A turbulência externa ficou em segundo plano. A informação é de cinco economistas que participaram dos eventos. Do lado do BC, estiveram presentes o presidente da instituição, Henrique Meirelles; o diretor de Política Monetária, Mario Gomes Torós, e o diretor de Estudos Especiais, Mário Mesquita.

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Segundo as fontes, os diretores do BC sinalizaram que existe hoje uma perspectiva de que a atividade continuará a crescer no País e possivelmente reduzirá o hiato do produto (diferença entre o nível de produção atual e sua capacidade máxima), o que pode elevar a inflação. Na segunda reunião do dia, Mesquita reconheceu uma consolidação mais forte do crescimento, que imediatamente foi confirmada pelos representantes do mercado.

A expectativa do diretor, de acordo com as fontes, é a de que a massa de rendimentos continuará a crescer, mas em ritmo menor por causa da inflação um pouco maior. Houve consenso de que ainda haverá neste e no próximo ano impactos para o crescimento do País oriundos do afrouxamento da política monetária, iniciado em setembro de 2005.

Vozes dissonantes

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Houve vozes dissonantes em relação às opiniões de que a inflação será maior em 2008 do que o previsto, segundo as fontes, mas a maioria dos profissionais tem visão mais pessimista, ainda que não seja catastrófica. ?Mesmo que suba, ainda ficará muito perto do centro da meta deste e do próximo ano, de 4,5%?, disse outra fonte.

Outro participante resumiu assim as opiniões: todos concordam em que o crescimento continuará robusto. A grande diferença é que, para alguns, isso trará impacto negativo para a inflação, enquanto outros descartam essa hipótese porque acreditam na continuidade do benefício do real forte sobre os preços. Outra fonte lembrou que os estímulos da política monetária ainda não foram materializados pela economia e o diretor do BC salientou que a inflação de 2007 ?já está dada? e o Copom mira agora os números de 2008.

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?Mesquita salientou, no entanto, que a inflação deste ano foi anormal porque os preços administrados seguiram muito baixos, enquanto os livres rodaram na casa de 4% ou 4,5%?, relatou uma das fontes, acrescentando que o comentário indica que o BC está realmente preocupado com os preços em 2008.