O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, indicou hoje que gostaria que o ministro das Finanças, Hirohisa Fujii, permaneça no cargo se sua saúde permitir, dizendo ser desejável que Fujii ajude a aprovar o orçamento nas próximas sessões parlamentares. A mídia local, porém, vem informando que Fujii está decidido a se demitir por temer não conseguir suportar os rigores dos debates parlamentares.
Diante desse cenário, alguns membros do governo e operadores do mercado estão cada vez mais convencidos de que os dias de Fujii como ministro das Finanças estão contados. Eles dizem também que a transição mais tranquila seria se o posto fosse assumido pelo vice-ministro, Yoshihiko Noda, já familiarizado com o trabalho do Ministério.
Hatoyama disse que vai esperar um relatório do médico de Fujii sobre sua saúde, mas que deseja a permanência do ministro. Fujii, de 77 anos, internou-se no dia 28 de dezembro com fadiga e pressão alta depois de elaborar o orçamento nacional para o ano fiscal que começa em 1º de abril. O governo espera aprovar ainda neste mês um orçamento extra de 7,2 trilhões de ienes (US$ 78,148 bi) para financiar um pacote de estímulo, e o orçamento regular até o fim de março.
A renúncia de Fujii seria um grande revés para o Partido Democrático do Japão (PDJ), que lidera o governo do país e é composto por um grande número de políticos relativamente jovens. O governo pode precisar da ajuda de Fujii para fazer passar pelo Congresso dois grandes planos de gastos nas próximas semanas, incluindo novas medidas para estimular a economia. Noda, um parlamentar veterano do PDJ, representou o Japão na reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) em novembro no lugar de Fujii. Ele tem se manifestado contra a recente valorização do iene e se opôs aos pedidos de mais gastos públicos feitos por outros ministros. As informações são da Dow Jones.