Foto: José Gomercindo/SECS |
Milho foi um dos produtos mais atingidos pela seca. continua após a publicidade |
A quebra da safra agrícola, especialmente por conta da estiagem, deve trazer prejuízo da ordem de R$ 1,5 bilhão ao Paraná. O dado foi divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab). Em janeiro, a perda financeira havia sido estimada em R$ 1,39 bilhão. Os novos levantamentos apontam que o Paraná deve produzir cerca de 25,22 milhões de toneladas de grãos na safra 05/06 e não mais 29,27 milhões de toneladas, que era a projeção inicial. A diferença representa uma redução de 13,8%.
O volume que deixará de ser obtido – cerca de 4,05 milhões de toneladas – é proveniente, principalmente, do milho (2,07 milhões de toneladas) e da soja (1,84 milhão de toneladas). Segundo o Deral, ?com as chuvas registradas no final de janeiro, as condições das lavouras mantiveram-se estabilizadas, ou seja, não se agravaram, como era projetado. Em algumas regiões, algumas culturas reagiram positivamente, recuperando o vigor da planta, o que amenizou a situação.?
Culturas
A soja, principal cultura do Estado, foi prejudicada pela estiagem em praticamente todo o Estado, mais acentuadamente nas Regiões Sudoeste e Oeste Paranaense. O potencial produtivo estimado pelo Deral era de 11,73 milhões de toneladas, mas a produção é estimada hoje em 9,89 milhões de toneladas, representando uma redução de 15,7%.
A quebra na produção é mais significativa no Núcleo Regional de Francisco Beltrão, onde a redução é de 47%. Em Toledo a quebra é de 36,4%, e em Pato Branco chega a 28,2% da produção.
Até o momento, o volume de soja que deixará de ser produzido nesta safra é estimado em 1,83 milhão de toneladas. Já as perdas financeiras com a soja, a preços de mercado, são estimadas em R$ 778,03 milhões.
Já no caso do milho, o mais afetado pelas adversidades climáticas, a quebra da produção chega a 22%. O potencial produtivo era estimado em 9,38 milhões de toneladas, mas com uma perda de 2,07 milhões , a estimativa atual é de 7,30 milhões de toneladas. Este volume que não será colhido representa, em termos financeiros, R$ 443,26 milhões a preços atuais.
Outros produtos
Com 95,9% da área já colhida, o feijão 1.ª safra registra perda de 20,8% da produção. De acordo com o Deral, restam 14 mil hectares para serem colhidos, e há risco de a cultura ser afetada pelo excesso de chuva. Apesar disso, a produção estadual não deve ser comprometida e o Paraná continuará liderando a produção nacional do produto. O Estado é responsável por 33% da produção de feijão proveniente da 1.ª safra. O volume perdido até o momento é estimado em 111.574 toneladas , ou seja, uma perda financeira de R$ 127,97 milhões. As perdas estão concentradas (70,6%) nos Núcleos Regionais de Curitiba, Guarapuava, Irati e Ponta Grossa.
No caso do algodão, a quebra na produção é pequena, até agora: 7,1%. Segundo o Deral, Núcleos Regionais de Campo Mourão, Ivaiporã e Londrina, detentores de 46% da produção, não registraram perdas na produção. Porém, nos Núcleos Regionais de Toledo e Maringá a quebra na produção é superior a 20%.
Já o fumo, cultivado em 82.324 hectares nesta safra, aponta redução de 12% na produção, decorrente de dois fatores climáticos: a estiagem e a ocorrência de chuva de granizo. A estiagem afetou praticamente todas as regiões produtoras e o granizo ocorreu em alguns pontos localizados nos Núcleos Regionais de Irati e Francisco Beltrão. Juntos, os dois núcleos concentram 75,8% da quebra estadual, que é de 19.948 toneladas.