Preços vão compensar perdas da safra

Os bons preços que produtos como soja, algodão e milho têm obtido no mercado estão compensando parcialmente as perdas registradas na última safra. Segundo o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, a queda na produção não significa obrigatoriamente perdas financeiras. “A perda de quatro milhões de toneladas vai ser compensada, em parte, pelo aumento nos preços desses produtos.”

Para o Deral – Departamento de Economia Rural, o prejuízo nas lavouras de soja poderia ser maior se não estivesse ocorrendo a recuperação de preços. Segundo o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, em 2003 o valor total da produção de soja no Paraná foi de R$ 7,85 bilhões. Em 2004, se tivesse confirmado a produção inicial de 11,9 milhões de toneladas, o valor total da produção teria chegado a R$ 9,42 bilhões, No entanto, contabilizando as perdas, o valor total pode ser estimado em R$ 7,9 bilhões de reais, o que, estatisticamente, é igual à safra do ano passado. “Com o valor total da produção, o Paraná ainda não está perdendo dinheiro”, analisa Otmar.

Recursos

Pessuti porém admite que alguns produtores de soja, principalmente os pequenos, terão prejuízos maiores porque pouco conseguiram salvar para vender, a preços melhores.

Para os produtores cujas perdas foram maiores, o governo do Estado está programando liberar recursos para aplicação de calcário e aquisição de sementes para a próxima safra. O secretário Pessuti informou que o governo do Estado também está articulando junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário a extensão do desconto nos financiamentos do Programa Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para produtores que tiveram perdas a partir de 30% das lavouras. O desconto para os produtores com financiamento do Pronaf aumentou de R$ 200 para R$ 500 por contrato.

Safra

Com a definição da área de plantio dos cereais de inverno a Secretaria da Agricultura estima que a área total cultivada, com os 25 principais produtos da agricultura paranaense, na safra 2003/2004, atinja 9,5 milhões de hectares, com crescimento de 1,1% em relação à safra anterior. Desse total, 93%, ou 8,8 milhões de hectares, foram destinados ao cultivo de grãos (cereais, oleaginosas e leguminosas) com crescimento de apenas 0,4%. Cerca de 85% da área foi plantada, e pelo menos 54% já foi colhida.

O Paraná, que esperava colher sua maior safra de grãos – em 2002/2003 foram 30,34 milhões de toneladas -foi surpreendido pela estiagem nos primeiros meses do ano, e teve como conseqüência uma grande perda em praticamente todas as lavouras, que pode passar de 4 milhões de toneladas.

Só com a quebra das safras de soja (16%), do algodão (15,6%) e do milho safrinha (3,71%), deixarão de ser colhidos no Estado 2.082.000 de toneladas. Só com a soja as perdas por causa da seca chegam a 1,9 milhão de toneladas.

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