O reajuste dos remédios pressionou a inflação de bens e serviços administrados em abril. Os itens monitorados saíram de uma deflação de 0,36% em março para uma alta de 0,69% no último mês. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 6.

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Os remédios ficaram 6,26% mais caros em abril, como reflexo de parte do reajuste de 12,50% em vigor desde o primeiro dia do mês. O item deu a maior contribuição individual para o IPCA: 0,20 ponto porcentual.

A taxa de água e esgoto aumentou 1,51%, influenciada pela região metropolitana de Curitiba (10,12%), onde a tarifa foi reajustada em 10,48% a partir de 1º de abril; por Recife (6,51%), com reajuste de 10,69% em 20 de março; e Fortaleza (2,49%), onde as tarifas ficaram 11,96% mais caras a partir do dia 23 de abril.

Houve pressão também do ônibus urbano (0,69%), devido à alta de 14,68% em Porto Alegre, reflexo do reajuste de 15,38% sobre o valor das tarifas desde 30 de março.

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Por outro lado, impediram uma alta maior na inflação de monitorados a energia elétrica – que diminuiu 3,11% com o fim da cobrança extra da bandeira tarifária – e a gasolina – o litro recuou 0,14% devido à safra de cana de açúcar, que deixou o etanol mais barato.

No acumulado em 12 meses, a inflação de administrados saiu de 10,80% em março para 10,70% em abril.

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Detalhes do alívio

A redução nos preços dos combustíveis e da energia elétrica ajudou a conter a inflação de abril em 0,18 ponto porcentual. A queda de 3,11% na energia elétrica contribuiu com -0,12 ponto porcentual, enquanto que os combustíveis 1,04% mais baratos ajudaram com -0,06 ponto porcentual.

Em abril, o preço do litro do etanol recuou 4,89%, enquanto a gasolina ficou 0,14% mais em conta.

“Os preços do etanol, por conta da boa safra da cana, estão caindo. Na gasolina, como tem uma porcentagem de etanol na mistura, o preço do etanol caindo faz cair também o preço da gasolina”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Já a energia elétrica, apesar das sucessivas quedas este ano, devolveu 6,96% da alta de cerca de 50% registrada em 2015, observou Eulina.

“Uma conta que você pagava R$ 100,00 em dezembro de 2014 terminou em R$ 150,00 em 2015. E, agora, está em R$ 141. Então, apesar da queda este ano, não devolveu R$ 41 do aumento do ano passado”, calculou a coordenadora do IBGE.

Em maio, a conta de luz deve voltar a pressionar a inflação, devido aos reajustes em Fortaleza (12,97% em 22 de abril), Salvador (10,72% em 22 de abril), Campo Grande (7,40% em 8 de abril) e Recife (9,9% em 29 de abril).

O próximo IPCA também absorverá impactos do gás encanado (reajuste de 2% no Rio de Janeiro a partir de 1º maio), do táxi (2,95% em 5 de abril em Porto Alegre) e da taxa de água e esgoto.

A taxa de água e esgoto ficará mais cara por causa de aumentos em Belo Horizonte (13,9% em 13 de maio) e Fortaleza (11, 96% em 23 de abril), mas também pelo retorno à normalidade das contas em São Paulo, que cancelou o programa de incentivo à redução do consumo de água. As famílias que reduziam o consumo recebiam bônus, enquanto as que aumentavam tinham cobrança maior na tarifa.