A deflação nos preços dos combustíveis no atacado chegou ao fim (de -0,12% para 1,49%), influenciada principalmente pelo fim da queda de preço de álcool combustível (de -0,21% para 7,68%), de outubro para novembro. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
O economista lembrou que, atualmente o período de entressafra da cana-de-açúcar leva a uma redução na oferta de derivados do item como o álcool. Além desse combustível, a gasolina, que conta com 25% de álcool em sua formação, também voltou a subir (de -0 14% para 0,05%), no mesmo período.
Outro combustível que também está subindo no atacado é o óleo combustível (de -0,70% para 4,49%), influenciado pelas movimentações de preços da cotação do petróleo, no mercado internacional.
Agropecuária
Um "choque de demanda" do setor agropecuário levou à taxa maior do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em novembro, que subiu 1,05%, ante aumento de 0,75% em outubro.
De acordo com o coordenador de Análises Econômicas da FGV, a demanda maior do que a oferta em vários itens agropecuários, no setor atacadista, levaram à fortes acelerações de preços, em diferentes tipos de alimento.
Um dos destaques foi a disparada no preço do milho (de 2,69% para 14,85%), de outubro para novembro. O economista comentou que esse produto tem registrado forte demanda, principalmente no mercado internacional, pelo uso no setor de combustíveis, na elaboração de etanol.
Além disso, outro fator foi preponderante para puxar para cima a taxa do índice em novembro: o comportamento dos preços dos bovinos no atacado. A elevação de preços no setor passou de 1 73% para 10,45%, de outubro para novembro. Esse patamar de elevação foi o maior registrado por esse tipo de produto desde novembro de 2002, quando os preços dos bovinos subiram 10,59%. Quadros lembrou que o clima seco desse ano diminui a oferta de animais para abate – pois prejudicou o pasto e, por conseqüência a alimentação do gado.