Rio (AE) – O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sinalizou ontem que, a despeito da queda nas cotações do petróleo nos últimos meses, a empresa não pretende mexer nos preços da gasolina e do diesel, congelados desde setembro do ano passado. Em palestra para executivos no Rio, Gabrielli disse que os preços internos estão alinhados às cotações internacionais e reforçou a política da companhia, que prevê evitar o repasse das volatilidades do mercado internacional ao consumidor brasileiro.
As declarações foram feitas em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de redução dos preços da gasolina e do diesel, que já estariam mais caros no Brasil, segundo cálculos de especialistas. ?Se compararmos os preços de refinaria, devemos estar no mesmo nível? das cotações dos Estados Unidos, disse o presidente da Petrobras. ?Mas esse não é critério relevante. Nossa política é de minimizar a volatilidade de preço no mercado interno, mas não podemos descolar os preços do mercado internacional?, concluiu.
Gabrielli argumentou que há uma série de fatores intrínsecos ao mercado brasileiro, como o uso de álcool como alternativa à gasolina e o crescente mercado de gás natural veicular. ?É uma realidade que não existe nos Estados Unidos?, disse, referindo-se ao principal mercado usado como comparação para os preços dos combustíveis no país.
Segundo o executivo, a Petrobras não pode passar muito tempo com os preços nem muito acima, nem muito abaixo do mercado internacional. Na primeira hipótese, abriria espaço para importações. Na segunda possibilidade, outras empresas comprariam os produtos da Petrobras para exportar. O último reajuste da gasolina e do diesel foi feito em setembro do ano passado.
Produção
A Petrobras pretende colocar quatro novas plataformas em operação no ano que vem, ampliando em 480 mil barris por dia a capacidade brasileira de produção de petróleo. Segundo Gabrielli, a produção deve crescer 5,3% em 2007. Este ano, a empresa deve atingir uma média de produção em torno de 1,8 milhão de barris por dia, volume inferior à meta inicial, de 1,91 milhão de barris por dia, por conta do atraso no início das operações de algumas unidades de produção.
O presidente da Petrobras disse que a empresa terá participação ativa no próximo leilão de áreas para exploração e produção de petróleo da Agência Nacional do Petróleo (ANP), marcado para a semana que vem. Segundo ele, a atual gestão promoveu uma mudança na estratégia da companhia com relação aos leilões. A meta agora é ampliar ao máximo o portfólio de áreas exploratórias, com o objetivo de manter o crescimento da produção após 2015.
?Até 2003 e 2004, se olharmos o portfólio da companhia, havia um declínio no número de áreas exploratórias. Assim, a companhia estava destinada a definhar?, afirmou o executivo, concluindo que a estratégia agora é ?disputar intensamente os leilões para garantir a continuidade dos negócios?. A empresa tem como meta chegar a 2015 com uma produção diária de 2,8 milhões de barris de petróleo no Brasil.
