Preços dos combustíveis devem manter tendência de alta

A instabilidade política no Egito já repercutiu na cotação internacional do barril de petróleo, que superou a barreira dos U$ 100, porém, não deve impactar no curto ou médio prazo nos preços pagos pelos consumidores brasileiros na bomba.

Isso porque desde o final de 2010, os valores praticados vêm apresentando reajustes sucessivos. Também há uma expectativa entre os analistas de mercado de que a Petrobras não repasse os aumentos da matéria-prima a fim de seguir alinhada com a política econômica do governo federal que visa conter a disparada da inflação.

Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), Carlos Magno Bittencourt, tal estratégia já foi utilizada pelo governo e cumprida à risca pela empresa.

“A Petrobras já segurou o repasse e, nos últimos dois anos, compensou mantendo os valores mesmo com a queda no barril do Petróleo. Neste momento é quase certo que ela queime a gordura acumulada”, analisa.

Além de influenciar na formação dos preços dos produtos que dependem da logística rodoviária, os valores dos combustíveis derivados do petróleo também podem repercutir no etanol.

“Assim como em qualquer setor, as usinas vão buscar o melhor lucro possível e, hoje, o açúcar está compensando mais do que o álcool no mercado internacional, o que tem provocado forte aumento do combustível internamente a ponto de superar os 70% do valor cobrado pela gasolina”, explica. “Se a gasolina não subir mais, a tendência é de que o mercado do etanol se ajuste para garantir demanda, principalmente, de quem possui veículo flex. Porém, havendo aumento, o etanol passa a galgar um novo patamar de preço ainda mais alto”, alerta.

Site auxilia

Ao invés de queimar mais combustível na procura pelo melhor preço praticado por postos de combustível, o motorista pode recorrer à internet. No ar há um ano e meio o site www.meucombustivel.com.br mapeia os preços dos mais de 17 mil postos de todas as 555 cidades acompanhadas semanalmente pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).

É possível avaliar os preços do etanol, gasolina, diesel e do Gás Natural Veicular (GNV). “O site veio da vontade de testar as ferramentas disponibilizadas pelo Google e, ao mesmo tempo, oferecer um serviço de utilidade pública. Nesse sentido, o cruzamento das informações entre o Google Maps e a ANP foi tão eficiente que escolhi um novo posto para abastecer meu carro”, conta o desenvolvedor do site e administrador de rede, Jefferson da Luz, de 27 anos.

“Em mais de um ano o combustível não causou nenhum problema ao veículo e o valor que eu pago é um dos menores”, indica. Segundo o desenvolvedor, que abastece em Curitiba, durante todo esse tempo em que o site está no ar ficou evidente que os postos com combustíveis mais baratos tendem a permanecer com os valores mais competitivos.

Quanto à rentabilidade, o administrador diz que a intenção era de cobrir as despesas com o domínio e a hospedagem e que isso foi atingido com dois anúncios.

De dezembro de 2009 até o último domingo, a página recebeu uma média entre 100 e 200 visitas por dia. “A receptividade foi tão boa que pretendo lançar até o final do ano uma área para que os usuários das cidades que não constam na pesquisa de preços da ANP possam colaborar com a atualização dos valores, afim de que mais gente se beneficie do serviço”, afirma.

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