Preços dos alimentos caem abaixo do previsto

Rio (AE) – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) recuou para 0,12% no período encerrado em 22 de julho, após alta de 0,14% no IPC-S anterior. A inesperada intensificação na queda dos preços dos alimentos (de -0,54% para -0,68%) levou ao resultado, que surpreendeu o mercado financeiro e até a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ninguém esperava redução no índice, em aceleração desde a primeira semana de julho. Mesmo com o recuo, não está descartado o retorno de uma alta no próximo resultado.

Segundo o economista da FGV, André Braz, o cenário de queda de preços nos alimentos não pode ser considerado uma tendência sustentável. ?Os preços dos alimentos processados estão subindo no atacado. Isso vai ser repassado ao varejo?, alertou Braz.

Para o IPC-S anunciado ontem, o mercado financeiro estimava resultado entre 0,15% e 0,24%. O economista da FGV admitiu que a queda mais intensa dos preços dos alimentos foi uma surpresa. Ele lembrou que vários produtos de peso no setor passam, atualmente, por entressafra, período que prejudica a oferta e eleva os preços. Em vez disso, houve o aprofundamento nas deflações desses produtos em entressafra. Como exemplos, as quedas de preços em carnes bovinas (de -0,62 para -0,75%) e em laticínios (de -0,94% para -1,21%).

Os comportamentos desses dois setores não foram fenômenos isolados. No IPC-S, houve recuo generalizado nos preços dos alimentos. ?Dos 21 itens alimentícios, 12 apresentaram desaceleração?, disse Braz. Outro fator que influenciou o setor foi o recuo de preços em frutas (de 5,47% para 3,01%). ?Os preços desses produtos são voláteis e suscetíveis ao clima?, afirmou, considerando que não há um fator específico para esse recuo.

A inflação só não cedeu mais por causa do impacto dos preços administrados. Segundo Braz, se fossem excluídos os reajustes nas tarifas de telefonia fixa e de água e esgoto, o IPC-S teria tido deflação de 0,03%, e não alta de 0,12%. Esses dois itens estão no grupo habitação, o de maior peso na formação do índice, e cujos preços passaram de 0,61% para 0,66%. 

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