Os mercados de commodities (matérias-primas) estão no curso para ter tido em 2009 o mais forte ano desde 1973, impulsionados pelos maiores ganhos anuais no petróleo em uma década e pelos preços do cobre e do açúcar, que mais que dobraram. O índice Reuters/Jefferies CRB está no caminho para ter aumentado 24% em 2009.
O açúcar branco negociado em Londres atingiu um recorde histórico ontem e o cacau caminha para seu quarto ano de ganhos. Mas as estratégias que funcionaram em 2009 poderão falhar neste ano, uma vez que não há mais pechinchas deixadas pela crise financeira iniciada no fim de 2008.
“2009 foi realmente um ano de ofertas por valor, foi um ano oportuno para se comprar valor, para se comprar em um mercado barato”, afirmou Mark Pervan, chefe de pesquisas de commodities da ANZ. “2010 vai ser muito mais guiado pelo macro, guiado mais pelos fundamentos do mercado. Você não verá tanta influência do dólar. Estará mais alinhado com a oferta e a demanda.”
O primeiro entre os integrantes do índice CRB foi o cobre, que teve alta de quase 140% em 2009. Importações sem precedentes da China, entre outros motivos, impulsionaram as cotações do metal. O açúcar bruto em Nova York, que atingiu recentemente um pico de 29 anos, foi outra commodity que se destacou, aumentando 130%.
Da mesma forma, os preços futuros do açúcar branco atingiram um recorde de US$ 710,40 por tonelada ontem. Os preços globais do açúcar estão sendo impulsionados pela forte demanda da Índia e por safras menores que as esperadas, como ocorreu no Brasil, por causa de chuvas em excesso.
Segundo corretores, os preços do açúcar devem continuar firmes em 2010, sustentados pela expectativa da boa demanda da Ásia, bem como da Rússia e dos Estados Unidos.