A alta dos preços dos imóveis prontos registrou uma desaceleração em 2013, mas mesmo assim continuou na casa dos dois dígitos nas principais cidades do País. O índice Fipe Zap, que mede o preço médio anunciado para venda do metro quadrado em sete cidades brasileiras, subiu 12,7% no ano passado, um ponto a menos do que em 2012. Já o índice ampliado, que mede 16 municípios, subiu 13,7%.
Apesar da desaceleração registrada nos números anuais, os dados mensais mostram que no segundo semestre uma nova aceleração já começou a ser sentida. De acordo com o economista da Fipe, Eduardo Zylberstajn, a curva ascendente está fortemente ligada aos dados de emprego e renda do País, que mostraram melhora na vida dos brasileiros com crescimento reais de renda.
Foi assim que o Rio de Janeiro, que já tem o metro quadrado mais caro do País, segundo o índice Fipe Zap, viu os preços subirem nominalmente 15,2%. Esse resultado é creditado ao crescimento da renda da população, que subiu 6% acima da inflação nos 12 meses encerrados em novembro. Em Porto Alegre, em termos reais, a renda cresceu mais do que o preço dos imóveis, reflexo do mercado de trabalho bastante aquecido e taxa de desemprego de 2,6%.
Mas foi em Curitiba que os preços explodiram. Subiram mais de 37% entre 2013 e 2012. De acordo com Zylberstajn, o resultado foi em boa parte uma correção, já que no ano anterior os preços haviam caído na cidade, enquanto subiram no restante do País.
Por outro lado, Brasília viu os preços caírem, em termos reais, no ano passado. A alta de 4,7% fica abaixo da inflação e indica que pode estar havendo uma sobre oferta de imóveis na região. “Em 2010 e 2011, houve uma grande quantidade de lançamentos e as pessoas compraram para revender, mas o desempenho agora está ruim”, diz Zylberstajn.
São Paulo.
Em São Paulo, os preços subiram 13,9%, um recuo sobre os 15,8% do ano anterior. Mas ainda é uma alta significativa. Os preços na capital vinham crescendo acima de 20% ao ano de 2009 a 2011. Além do fator renda, que subiu 3% acima da inflação, o crescimento demográfico também tem ditado os preços. Na avaliação dos especialistas, este crescimento demográfico ainda persiste por mais cinco ou seis anos na capital paulista.
Outro fator que afeta os preços são os lançamentos de imóveis, que subiram fortemente na comparação com 2012. Segundo dados do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), o aumento em termos reais foi de 10% até outubro. A alta deve ser de dois dígitos ao fim do ano, contra avanço de 3% em 2012.
O presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, diz que os preços dos lançamentos subiram porque o preço dos terrenos teve reajuste. Além disso, a capital paulista vive, em 2013, um fenômeno de lançamento de residenciais de um quarto, que têm o metro quadrado mais caro do que o de apartamentos maiores. “Não significa que houve um aumento generalizado de preços”, diz Bernardes. “O ano 2013 foi atípico em função do grande número de lançamentos de compactos.”
Mas este não é um nicho que tem espaço para crescer muito mais, na avaliação de Bernardes – o que significa que em 2014 os preços podem ficar mais estáveis. De qualquer forma, apartamentos menores devem continuar atraindo compradores para fazer caber no bolso do cliente o preço do metro quadrado, que dobrou desde 2009 em São Paulo e no Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.