A movimentação de alta de preços tanto nos alimentos in natura quanto nos alimentos processados conduziu a aceleração na taxa do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que subiu 0 39% no indicador de até 7 de junho, ante aumento de 0,25% no IPC-S de até 31 de maio. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. "Houve uma inversão de trajetória nos preços dos alimentos, que até pouco tempo estavam em queda", afirmou.
De acordo com ele, somente os preços dos alimentos processados saíram de uma alta de 0,81% para uma elevação de 1,15%, do indicador de até 31 de maio para o índice de até 7 de junho. Entre os destaques está a aceleração de preços em leite tipo longa vida (de 8,29% para 10,02%). O preço do leite vem aumentando há algum tempo, pressionado por aumento na demanda no mercado interno, e elevação nas exportações brasileiras de leite em pó – o que reduz a oferta no mercado brasileiro. Além disso, também houve altas mais expressivas em panificados e biscoitos (de 0,55% para 0,74%). No setor de alimentos in natura, houve o fim da deflação de preços em hortaliças e legumes (de -3,30% para 0,24%); e queda mais fraca de preços em frutas (de – 3,58% para -2,09%).
Para o próximo resultado do IPC-S, Braz espera uma taxa perto da divulgada nesta segunda-feira (11). Isso porque, na quadrissemana seguinte, o IPC-S sofrerá influências de alta e de recuos de preços. "E as pressões, em sua força, serão bem parecidas", disse. Ele comentou que espera uma continuidade na alta dos preços dos alimentos. Ao mesmo tempo, o economista notou que os preços de vestuário estão em baixa (-0,05%) e podem permanecer assim, no próximo resultado do IPC-S.
O técnico considerou ainda que o índice contará com o impacto do recente reajuste nos preços de planos de saúde – mas que o patamar de reajuste foi abaixo do esperado.