Mordida no bolso

Preços da gasolina e do etanol disparam em uma semana

No intervalo de uma semana, os preços dos combustíveis dispararam em Curitiba. Enquanto o litro da gasolina saltou de R$ 2,49, em média, para até R$ 2,89 – incremento de R$ 0,50, o do etanol passou de R$ 1,69 para o teto de R$ 1,99, ou seja, variação de R$ 0,30. Apesar do preço do álcool cair gradativamente nas usinas a cada semana, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados do Paraná (Sindicombustíveis-PR) atribui os reajustes à retirada de descontos das distribuidoras, com influência também da convenção coletiva dos frentistas, que tiveram aumento salarial de 8,5%.

“Foram mais de 90 dias com preços muito baixos, o que para mim é dumping (venda abaixo do custo). Era um mercado de faz-de-conta e Curitiba tinha o menor preço do Brasil. Com a retirada dos descontos das distribuidoras Petrobras, Ipiranga e Shell, desde a semana passada, logicamente que cada um tenta recuperar o que perdeu”, argumenta o presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese. Ele ressalta que os preços são livres e diz que o sindicato não interfere na formação dos valores. “Até onde isso vai eu não sei”, deixa no ar. A última ata do Copom (Conselho de Política Monetária) prevê reajuste de 5% nos preços dos derivados de petróleo até o fim do ano.

Valores variados

Segundo Fregonese, as distribuidoras estão vendendo o litro de gasolina, já com a mistura de etanol e impostos, por R$ 2,40, enquanto até metade da semana passada repassavam aos postos a R$ 2,30 para ser colocado nas bombas a R$ 2,49. Até que novo patamar se estabeleça no mercado, ainda será possível encontrar valores bem variados. Ontem havia posto com gasolina a R$ 2,59, por exemplo. Daqui para frente, o comportamento dos preços na capital é uma incógnita. “Até outubro, a oferta de etanol será abundante, o que pode colaborar para redução”, aponta o representante dos postos.

Safra está atrasada

De acordo com o superintendente da Alcopar, José Adriano Dias, o preço praticado pelas usinas para as distribuidoras vem caindo um pouco a cada semana. “Se está ocorrendo algum aumento, não é causado pela indústria, mas pelos demais elos da cadeia”, afirma. Neste ano, a safra paranaense de cana-de-açúcar está estimada em 42 milhões de toneladas. 57% deste montante serão destinados à produção de etanol, o que significa 1,4 bilhão de litros. Até o momento, foram processados 25% do volume previsto. “A safra está relativamente atrasada em consequência das chuvas, mas com a produção a todo vapor a tendência natural é os preços reduzirem na indústria, mas isso não necessariamente chega ao consumidor, pois depende dos outros elos da cadeia”, salienta.

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