A deflação de 0,06% nos preços do atacado no âmbito do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de fevereiro não deve persistir nas próximas leituras, na avaliação do economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal. Ele acredita que não deve ter espaço para que o recuo do IPA se aprofunde muito, pois as coletas já indicam reversão na queda dos preços agropecuários. O movimento, disse, pode ser acelerado pela greve dos caminhoneiros, assim como pela perda de fôlego da deflação do minério de ferro. O IPA Agropecuário cedeu 0,06% em fevereiro (de alta de 1,35%), enquanto o Industrial caiu 0,10% (de alta de 0,26%).
O economista espera alguma desaceleração adicional do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no IGP-DI deste mês, a ser divulgado no dia 6 de março. No IGP-M de fevereiro, o IPC ficou em 1,14%, após 1,35%. No entanto, em relatório, Souza Leal pondera que esse não deve ser o cenário para o terceiro mês deste ano para os IGPs. “Uma vez que devemos ter mais um choque nas tarifas de energia. Com isso, esperamos que o IGP-DI de fevereiro fique entre 0,25% e 0,30%, enquanto que os IGPs de março deverão ficar ao redor de 0,50%”, estimou.
A taxa de 0,27% do IGP-M deste mês veio um pouco aquém da alta de 0,30% esperada pelo Banco ABC Brasil. O resultado também veio menor que a mediana das expectativas do AE Projeções (0,28%), obtida das expectativas do mercado, cujo intervalo ia de 0,18% a 0,40%.