Preços administrados vão se manter nos 4,6%

Foto: João de Noronha/O Estado

BC garante que, mesmo com a alta do petróleo, combustíveis terão reajuste zero este ano.

A ata do Copom reafirma a projeção de reajuste zero nos preços da gasolina e do gás de cozinha no decorrer deste ano, apesar de os preços internacionais do petróleo continuarem em um patamar historicamente elevado, acima de 70 dólares o barril. De acordo com o colegiado de diretores do BC, a projeção foi mantida em 4,6% para os reajustes acumulados dos preços administrados por contrato, ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, medicamentos, transporte urbano e outros).

A previsão é levemente acima da expectativa dos próprios economistas do setor privado que, em pesquisa semanal do BC, projetam inflação de 4,5% para os preços administrados, tanto neste ano quanto em 2007. Esses preços correspondem a 33%, em média, na composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais.

De acordo com a ata do Copom, os preços de serviços de primeira necessidade estão estáveis. As únicas revisões se referem às projeções dos reajustes de eletricidade, com aumento de 3,6% para 3,7%, e de telefonia fixa, com redução de 3,1% para 2,6% no acumulado do ano.

Os diretores do BC entendem que, no geral, a perspectiva é de que a inflação do ano fique mesmo abaixo da meta de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo eles, a ?convergência ininterrupta? da inflação nos últimos meses para a trajetória de metas, somada à consolidação de um cenário de ?estabilidade macroeconômica duradoura?, contribui para a manutenção do processo de redução progressiva da percepção de risco, com espaço para juros menores no futuro.

O Copom ressalta, porém, a defasagem existente entre a flexibilização da política monetária e seus efeitos sobre o nível de atividade e sobre a inflação. Lembra que desde setembro do ano passado a taxa básica de juros caiu quatro pontos percentuais até a reunião da semana passada, e boa parte dos efeitos desses cortes não se materializaram, ainda, na atividade econômica. A ata não menciona, mas relatórios do próprio BC têm mostrado que a rede bancária não tem flexibilizado seus juros na mesma proporção.

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