Preços administrados subiram 0,67%

O custo dos serviços públicos com preços administrados e monitorados pelo governo aumentou 0,67%, em Curitiba, no mês de setembro. Apesar do resultado mensal menor que a inflação (0,97%, pelo IPCA), no ano os preços públicos subiram 8,23% na capital paranaense – para uma inflação de 5,36% – e nos últimos doze meses acumulam alta de 9,97%, enquanto a variação do IPCA foi de 7,54%. A cesta básica de serviços públicos passou de R$ 348,36, em agosto, para R$ 350,70, segundo levantamento divulgado ontem pelo Senge/PR (Sindicato dos Engenheiros do Paraná) e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).

O presidente do Senge/PR, Rasca Rodrigues, destaca que não houve nenhum reajuste de contrato de serviços públicos no mês passado, mas mesmo assim foi registrada variação positiva nos preços administrados em função da variação cambial. O estudo apontou aumentos de 10,53% no álcool, 4,39% na gasolina e 0,28% no diesel. Já o gás de cozinha teve deflação de 2,12%.

O preço médio do litro da gasolina passou de R$ 1,616 em agosto para R$ 1,687. Com este valor, a capital paranaense teve o oitavo maior preço médio entre as dezesseis capitais pesquisadas pela ANP (Agência Nacional de Petróleo). Porém em termos percentuais, a variação da gasolina em Curitiba (4,39%) foi a segunda maior do País, atrás apenas de Florianópolis, onde o litro foi majorado em 8,48%. Já o litro do álcool foi aumentado de R$ 0,76 para R$ 0,84 e o diesel passou de R$ 1,058 para R$ 1,061, em Curitiba.

O bujão de gás de cozinha de 13 quilos apresentou redução média de R$ 0,50 – de R$ 23,58 para R$ 23,08. Dados da ANP mostram que a variação entre o menor e o maior preço chegou a 50% – entre R$ 17,96 e R$ 26,90. “Enfatizamos a importância do consumidor pesquisar e comprar nos postos de revenda ao invés de atravessadores”, salienta Rodrigues.

Pressão inflacionária

Os preços coletados na primeira semana de outubro já apontam para uma elevação maior dos preços públicos neste mês. “Só o aumento de 5,04% na gasolina (vendida ao preço médio de R$ 1,772) representa inflação de 0,97% em outubro”, projeta o economista Sandro Silva, técnico do Dieese. O álcool já subiu 15,24% nesse mês, passando a custar R$ 0,968 o litro, ao passo que o diesel teve acréscimo de 0,57%, comercializado a R$ 1,067. “Há uma grande pressão do governo sobre os combustíveis, mas há o gatilho eleitoral”, observa Rodrigues, acreditando que após o segundo turno virá um novo reajuste de preços dos combustíveis.

Até agora, a gasolina acumula defasagem de 30% em relação aos preços internacionais, mas segundo analistas do setor, o aumento seria de 16% e poderia ser parcelado para amenizar o impacto nos consumidores e na meta de inflação. “Se o câmbio mantiver esse patamar e o governo repassar a alta dos combustíveis, há possibilidade de acarretar aumento da tarifa de ônibus”, emenda Silva, citando que as empresas de energia elétrica também poderão pedir uma recomposição de tarifas em virtude da variação cambial.

Em dezembro, estão previstos os reajustes das tarifas de pedágio e água e esgoto. Dos 6,7% de inflação estimados para 2002, 2,9% virão dos preços administrados e 3,8% dos preços livres, estima o Banco Central.

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