Os preços administrados e monitorados fecharam o mês de julho com alta de 1,97% em Curitiba. Foi a segunda maior variação do ano, atrás apenas de março, quando a alta foi de 2,16%. Entre os itens que pressionaram a inflação no mês, destaque para os combustíveis, a energia elétrica e o telefone fixo. Com o resultado de julho, os preços administrados acumulam no ano alta de 1,78% e nos 12 meses, 4,80%. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR) e o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).
Em julho, o custo médio dos serviços públicos para uma família curitibana foi de R$ 473,34. Entre os itens que mais pressionaram o índice, destaque para o álcool combustível e a gasolina, que subiram 13,10% e 7,26%, respectivamente. No caso do álcool, o preço médio do litro passou de R$ 1,092 em junho para R$ 1,235 em julho. Foi a maior variação entre as 16 capitais pesquisadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Apesar disso, o preço do álcool em Curitiba é o terceiro menor do País. O maior é em Belém (PA), onde o litro é vendido a R$ 1,96, em média.
Já o preço médio da gasolina passou de R$ 2,038 em junho para R$ 2,186 em julho, em Curitiba. De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese, a alta se deve ao aumento do preço do álcool – que responde por 25% da composição da gasolina – e da margem de lucro dos revendedores de combustíveis. Conforme levantamento da ANP, o preço da gasolina na distribuidora subiu 3,9% em julho, o correspondente a R$ 0,07. Para o consumidor, no entanto, a alta repassada teria sido de 7,2% – ou R$ 0,14, em média. ?A margem de lucro aumentou de R$ 0,17 para R$ 0,25 por litro?, apontou o presidente do Senge-PR, Ulisses Kaniak.
Na comparação com outras 15 capitais, Curitiba tinha em julho a gasolina com o quinto menor preço. O maior foi verificado em Porto Alegre (RS), com o litro a R$ 2,526 e o menor em Belo Horizonte (MG), a R$ 2,070. Entre 31 municípios do Paraná, Curitiba tinha o sexto menor preço. O maior foi registrado em Assis Chateaubriand, a R$ 2,354, e o menor em Colombo, a R$ 2,129.
Também contribuíram para a inflação de julho o aumento da energia elétrica (5,91%) e do telefone: 6,80%, no caso da assinatura e 6,81% no pulso. No caso do telefone fixo, o aumento entrou em vigor no dia 3 de julho e deve ter impacto também em agosto. Outro item que apresentou pequena elevação de preço foi o gás de cozinha, que subiu 0,07%.
Já os itens que ajudaram a segurar a inflação foram o transporte coletivo – queda de 5,37%, por conta da redução da tarifa de ônibus de R$ 1,90 para R$ 1,80 a partir de 29 de junho -, e o seguro-apagão (-12,6%). Com a queda do seguro-apagão, lembrou Ulisses Kaniak, o serviço que representava 2% do total da fatura passou a representar 1,2%.
De acordo com Sandro Silva, não fosse a redução da tarifa de ônibus, os preços administrados teriam subido 3,37% em julho e não 1,97%. Em julho do ano passado, a alta foi de 2,94%.
Expectativa
Para o mês de agosto, a expectativa é que os preços monitorados e administrados subam 0,47%, tomando como base a primeira semana do mês. Com queda, destaque para a energia elétrica (-0,26%) e o gás de cozinha (-0,95%) e com alta, o transporte coletivo (0,83%) – por conta da tarifa domingueira – e a gasolina (2,01%). Caso a previsão se concretize, a cesta de tarifas públicas deverá custar R$ 475,55.
