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Alta mais expressiva, e que teve mais influência sobre o índice, foi o pedágio.

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A energia elétrica, água e esgoto e o pedágio puxaram para cima a cesta de tarifas públicas em Curitiba no mês de fevereiro. Com isso, os preços administrados por contrato e monitorados em Curitiba subiram 0,54%, ante a queda de 0,70% registrada em janeiro. No ano, os preços administrados apresentam queda de 0,17% e, nos últimos 12 meses, alta de 9,89%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), em conjunto com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

A alta mais expressiva foi a do pedágio (trecho que liga Curitiba a Paranaguá, administrado pela Ecovia), que subiu de R$ 8,50 para R$ 9,80 a partir de 4 de fevereiro. O aumento aconteceu por conta de uma liminar obtida pela concessionária na Justiça e trouxe impacto de 13,66% no índice de fevereiro. Também sofreram aumento a energia elétrica (2,93%), por conta da retirada do desconto pelo governo estadual a partir de 1.º de fevereiro, e água e esgoto (7,80%), que foi reajustada conforme o IPCA do período.

Na outra ponta, apresentaram queda o transporte coletivo (-1,91%), por conta da tarifa diferenciada aos domingos – R$ 1,00 e não R$ 1,90 -, em vigor desde o dia 23 de janeiro; gás de cozinha (-0,03%), por oscilações do próprio mercado; gasolina (-2,31%), álcool (-2,03%) e diesel (-0,06%). Com os dados de fevereiro, o custo médio dos serviços públicos para uma família curitibana foi de R$ 464,29.

Queda da margem

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Segundo o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, a queda dos preços dos combustíveis em fevereiro aconteceu por conta da redução da margem de lucro dos revendedores. Em março, no entanto, a tendência de queda já vem revertendo, e o que se pode esperar é uma cesta de tarifas mais cara.

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina em Curitiba passou de R$ 2,12 em janeiro para R$ 2,07 em fevereiro, e a margem de lucro dos donos de postos caiu de R$ 0,149 em janeiro para R$ 0,134 em fevereiro.

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Entre as 16 capitais pesquisadas pela ANP, Curitiba foi a que apresentou o menor preço médio da gasolina em fevereiro. Na comparação com outros 30 municípios do Estado, Curitiba teve o menor preço. O maior foi encontrado em Assis Chateaubriand (R$ 2,41), na região Oeste. Entre os 27 estados brasileiros, o Paraná foi também o que apresentou o menor preço médio (R$ 2,11). O maior foi no Mato Grosso, com a gasolina a R$ 2,69 o litro.

Em relação ao gás de cozinha (GLP), Curitiba ocupa a 10.ª posição entre as 16 capitais pesquisadas. O preço médio é de R$ 28,88. Além disso, das capitais pesquisadas, apenas uma – Brasília – apresentou alta do GLP em fevereiro (0,54%), enquanto todas as demais tiveram queda.

Nova alta

Para o mês de março, os consumidores já podem preparar o bolso: a estimativa é que os preços monitorados subam ainda mais, fechando o mês em 1,15%. O aumento deve vir da alta do gás de cozinha (0,38%), transporte coletivo (0,48%) – em março há mais dias úteis do que em fevereiro -, gasolina (5,26%) e resíduo do pedágio (1,44%). As estimativas são baseadas nos dados da primeira semana de março. 

Capital teve o menor IPCA de todo o País

A Grande Curitiba fechou o mês de fevereiro com o menor Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do País: 0,20%, contra a taxa nacional de 0,59%. O bom desempenho se deve a três grupos específicos – Transporte, Alimentação e Saúde e Cuidados Pessoais – que apresentaram queda no mês. Em nível nacional, apenas um grupo – o Vestuário – teve variação negativa. O IPCA é tomado como referência para meta de inflação do País. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em Curitiba, o grupo Transporte apresentou queda de 1,28%, contra alta de 0,13% na média nacional. Pressionaram o índice o transporte público coletivo (queda de 3,16% na Grande Curitiba, por conta da tarifa diferenciada no domingo), e os combustíveis (-2,03%), com destaque para a gasolina (-2,11%) e o álcool (-1,78%). Em nível nacional, o transporte público teve aumento de 0,48%, enquanto os combustíveis apresentaram quedas menos expressivas – de -1,44% no caso do álcool e -0,79% na gasolina.

No grupo Alimentação, Curitiba apresentou queda de 0,56%, enquanto no País houve aumento de 0,49%. As maiores quedas na RMC foram verificadas nas frutas (-3,66%), alimentos prontos (-3,54%) e alimentação fora do domicílio (-2,00%). Em contrapartida, tiveram alta as hortaliças e verduras (19,66%) e tubérculos e raízes (12,86%).

Já no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, a RMC registrou queda de 0,44%, contra o aumento médio nacional de 0,48%. Produtos farmacêuticos foram os que mais contribuíram, com queda de 2,01% em Curitiba e aumento de 0,48% na média brasileira. ?Três grupos importantes apresentaram queda em Curitiba. Daí este resultado?, explicou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. O grupo Vestuário, o único com queda na média nacional, teve variação negativa de 0,22% no País e aumento de 0,19% em Curitiba. O maior IPCA em fevereiro foi verificado em Brasília (1,54%).

Para março, a expectativa é que a inflação de Curitiba chegue próximo à inflação brasileira. É que deverão ser computados aumentos de tarifas públicas, como de energia elétrica e água e esgoto, que não foram processados em fevereiro. Também os combustíveis, que vinham pressionando a inflação para baixo, devem reverter a tendência.

Em Curitiba, o IPCA acumula alta de 0,57% no ano, o menor do País, cuja média é de 1,17%.

INPC

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), Curitiba registrou em fevereiro uma queda de 0,16%, o melhor resultado sobre o custo de vida do mês no País. A taxa nacional ficou em 0,44%. O INPC é calculado para famílias mais pobres, aquelas que recebem até oito salários mínimos. No acumulado do ano, Curitiba apresenta variação de 0,18%, contra 1,01% do acumulado nacional. (Lyrian Saiki)