Representantes dos produtores de fumo e das indústrias fumageiras dos três estados do Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) se reuniram ontem na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, para tratar, entre outros assuntos, do preço a ser praticado na safra 2006/2007. Após avaliação do cenário atual da fumicultura e apresentação de propostas, ficou definido que a comercialização da atual safra de fumo 2006/2007 manterá os preços referenciais em vigor.

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Os produtores apresentaram proposta de reajuste de 15,8%, percentual que o Sindifumo considerou fora da atual conjuntura econômica, que é de estabilidade. De acordo com a entidade, o custo de produção apurado pelas indústrias apresentou variação de 0,86% nesta safra, enquanto que o custo pesquisado pelas entidades dos produtores elevou 1,2%.

Para o Sindifumo, esta pequena variação, aliada ao cenário de dificuldades vivenciado pelas empresas do setor, que enfrentam um de seus piores momentos com problemas de ordem tributária, cambial e de estoques de produto de baixa qualidade, justificam a manutenção do preço aos produtores. ?A atual conjuntura da economia, em combinação com a estabilização do custo de produção e o quadro de dificuldades enfrentado pelas indústrias inviabilizam qualquer possibilidade de reajustar o preço na atual comercialização?, afirma o presidente da entidade, Iro Schünke.

O presidente do Sindifumo ressalta, ainda, que a manutenção dos preços na atual safra representa um grande esforço das empresas fumageiras, pois o quadro de dificuldades remete para redução dos valores praticados na última safra. Schünke compara o atual momento com o período das safras de 1996 a 1998, nas quais o preço pago ao produtor se manteve inalterado por três anos seguidos. ?Naquele período, o custo de produção também esteve estabilizado, tendo inclusive apresentado pequena redução, mas mesmo assim, com grande esforço, as empresas não reduziram o preço?, lembra o dirigente.

Qualidade

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Mesmo com a manutenção dos preços, o Sindifumo considera que os produtores terão ganhos na atual comercialização em razão do aumento da produtividade das lavouras e, principalmente, devido à melhor qualidade do tabaco na atual safra. ?O clima favorável ao desenvolvimento das lavouras deve garantir incremento na receita do produtor?, projeta o presidente da entidade. Com a manutenção dos preços nesta safra, os fumos da classe BO1 continuarão sendo comercializados a R$ 5,81 por quilo (R$ 87,15 por arroba), enquanto que os da classe TO2 a R$ 4,67 por quilo (R$ 70,05 a arroba).

Volume

As perspectivas de que os produtores terão sua renda aumentada na atual safra mesmo com a manutenção do preço se confirmam com as últimas estimativas dos volumes de produção. Recente pesquisa realizada pelo Sindifumo junto às suas empresas associadas confirma a expectativa de maior produtividade das lavouras, cujo volume de produção projetado inicialmente deverá passar de 715 para cerca de 744 mil toneladas. A pesquisa também confirma a melhor qualidade das folhas em relação aos dois últimos ciclos produtivos.

Exportações

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As vendas de fumo ao exterior em 2006 tiveram queda de 8,5%, em volume, em relação a 2005. Levantamento do Sindifumo junto às suas associadas confirmou o embarque de 560 mil toneladas, volume inferior às 610 mil toneladas exportadas em 2005. A queda no volume vendido ocorreu devido à baixa qualidade dos fumos produzidos na safra 2005/2006, gerando estoques acima dos níveis normais. Mesmo com o menor volume exportado, o faturamento totalizou US$ 1,72 bilhão, semelhante ao valor obtido em 2005, que foi de US$ 1,7 bilhão.