Mais uma vez, o preço do tomate pressionou a cesta básica de Curitiba. No mês, a alta no valor do produto chegou a 16,26%, ante uma queda de 26,13% registrada em julho. Com isso, o valor total da cesta a capital paranaense chegou a 2,19% no mês de agosto, chegando a R$ 244,00. Foi a terceira maior variação do mês, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro (4,82%) e Porto Alegre (4,49%).
Apesar disso, os consumidores curitibanos tem a nona cesta básica mais cara do País. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No acumulado do ano, a variação da cesta básica curitibana é de 0,01%, e em doze meses, o índice chega a 13,72%.
O tomate teve a maior variação do mês (16,26%), seguido pelo açúcar (4,74%), banana (3,90%), café (3,01%), manteiga (2,41%) farinha de trigo (2,35%) e carne (1,78%). O valor do arroz, segundo o Dieese, se manteve estável. Já os produtos que apresentaram queda no preço foram Batata (14,19%), óleo de soja (1,52%), leite (0,46%) feijão (0,42%) e pão (0,35%).
Custo
Segundo os dados divulgados pelo Dieese, o custo da ração alimentar essencial mínima é de R$ 244 em Curitiba. Isso representa um gasto de 44,77% do salário mínimo com a alimentação, e 98h30 minutos que uma pessoa terá que trabalhar para cobrir o valor da cesta em agosto. Sendo assim, para garantir a ração essencial mínima, de acordo com o Dieese, o mínimo pago aos trabalhadores deveria ser de R$ 2.278,77.
Já o custo da ração alimentar essencial (um casal e duas crianças) em agosto, ficou em R$ 732,00, sendo necessário 1,34 salários mínimos para satisfazer as necessidades do trabalhador e de sua família.
Números nacionais
O preço médio da cesta básica em agosto subiu em dez de 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As maiores altas da Pesquisa Nacional da Cesta Básica foram registradas no Rio de Janeiro (4,82%), Porto Alegre (4,49%), Curitiba (2,19%), Aracaju (2,02%) e Florianópolis (2,02%). O conjunto de produtos alimentícios teve queda de preços em Fortaleza (-4,13%), Natal (-1,70%), Goiânia (-0,95%), João Pessoa (-0,94%), Recife (-0,69%), Manaus (-0,56%) e Vitória (-0,47%).
No acumulado do ano, lideram em alta Florianópolis (9,18%), Porto Alegre (7,57%) e Aracaju (6,74%). As capitais que apresentam maiores quedas nos oito primeiros meses do ano são Goiânia (-3,15%), Manaus (-1,57%) e Natal (-0,13%) – as três são as únicas cidades que ainda apresentam deflação no preço da cesta básica em 2011.
Já na variação em 12 meses a alta mais expressiva observada até agosto ocorreu no Rio de Janeiro, com 19,45%. Em seguida aparecem Florianópolis (17,52%) e Belo Horizonte (16,68%). Os preços avançaram em menor ritmo em Goiânia (6,19%), Aracaju (7,30%) e Salvador (8,65%). São Paulo apresentou variação positiva de 1,28% em agosto e acumula em 2011 alta de 0,60% e, em 12 meses, de 13,20%.
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica é realizada mensalmente pelo Dieese nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. O levantamento avalia preços de 12 a 13 produtos, dependendo da região.
Veja o valor das cestas básicas e variação de preço em agosto nas regiões pesquisadas:
Porto Alegre – R$ 271,25 – 4,49%
São Paulo – R$ 266,75 – 1,28%
Florianópolis – R$ 260,00 – 2,02%
Rio de Janeiro – R$ 253,10 – 4,82%
Vitória – R$ 249,58 – -0,47%
Belo Horizonte – R$ 249,48 – 1,79%
Manaus – R$ 248,10 – -0,56%
Brasília – R$ 244,24 – 0,97%
Curitiba – R$ 244,00 – 2,19%
Belém – R$ 235,66 – 1,08%
Goiânia – R$ 227,21 – -0,95%
Natal – R$ 219,52 – -1,70%
Recife – R$ 211,09 – -0,69%
Salvador – R$ 209,35 – 1,34%
Fortaleza – R$ 205,84 – -4,13%
João Pessoa – R$ 202,47 – -0,94%
Aracaju – R$ 187,73 – 2,02%