Rio  – A Petrobras aumentou ontem o querosene de aviação em 2,9%. A empresa não se pronunciou sobre o reajuste, mas fontes do mercado avaliam que o objetivo é acompanhar a variação da cotação do produto no mercado internacional. Óleo combustível e nafta, cujos contratos também previam reajuste para hoje, não tiveram alterações nos preços.

A maior distribuidora brasileira de querosene de aviação, a BR, informou que o repasse do reajuste promovido pela Petrobras ficou em torno de 2%. As companhias aéreas não têm previsão de repasse para o preço das passagens. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Varig informou que o impacto do reajuste nas contas da empresa ainda está sendo avaliado. O combustível representa cerca de 30% dos custos das companhias aéreas.

No início do mês passado, a estatal já havia subido o preço do querosene de aviação em 1%. O reajuste, porém, não chegou a ser repassado pelas distribuidoras do combustível. Depois de um ano de alta, o preço do querosene de aviação foi reduzido pela Petrobras em 21,7% em maio e 15,4% em abril. As companhias aéreas reclamam, porém, que a alta acumulada desde o início do ano passado foi superior a 100%.

A Petrobras não se manifestou sobre os reajustes deste mês. Sequer divulgou nota oficial, como costumava fazer. Segundo fontes da empresa, o fim das divulgações faz parte da estratégia de tratar as alterações nos preços dos combustíveis industriais como fato corriqueiro nas operações da companhia, sem motivo para divulgação pela imprensa.

Gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), os combustíveis mais populares, continuam com os mesmos preços. Segundo cálculos de uma trading internacional, a recente alta do preço do petróleo e do dólar equiparou a cotação internacional da gasolina ao preço interno, eliminando o espaço para reduções de preço.

Diesel

No caso do diesel, porém, o preço interno está R$ 0,13 acima do mercado internacional, sem contar o custo do frete. A diferença entre as cotações tem beneficiado importações do produto por empresas privadas. Na semana passada, a trading Vitol importou da Índia 34 milhões de litros do combustível para serem vendidos no mercado paulista. Segundo o diretor da companhia no Brasil, Lauro Moreira, o preço do diesel importado ficou em torno de R$ 0,01 por litro mais barato do que a tabela da estatal.

Durante o período de alta do preço da gasolina no mercado interno, as importações também foram favorecidas. A própria Vitol trouxe duas cargas de 14 milhões de litros para São Paulo. A Esso também importou gasolina de uma refinaria sua na Argentina. O destino também foi o mercado paulista, principal consumidor de combustíveis no Brasil.

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