A produção do frango de corte no Brasil está em desaceleração. Desde segunda-feira (29) os produtores de aves do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, que representam 73,72% da produção nacional decidiram cortar em 10% o alojamento nas granjas. Na prática, isso vai representar cerca de 64 mil quilos de frango a menos na mesa dos brasileiros. Mas a diminuição da oferta de aves só deve começar a ser percebida dentro de aproximadamente quinze dias, quando o ciclo de produção nos aviários chegar ao fim, ou seja, quando os frangos anteriores à decisão da redução forem vendidos e derem lugar aos novos pintos.
Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias Avícolas do Paraná – Sindiavipar, informou que a decisão foi tomada como alternativa, em razão de a produção nacional de grãos ter apresentado quebra de produtividade, e conseqüentemente, os seus preços se encontram em patamares elevados em relação ao preço do frango.
O preço do frango no atacado hoje é de cerca de R$ 1,80 FOB, 33% mais barato do que em outubro de 2003. Em compensação, de acordo com a Secretaria da Agricultura do Paraná, o preço da saca de soja teve no início da semana a cotação mais alta dos últimos 31 anos, R$ 53,00 e a safra de milho não representou nenhum alívio. A produção deve ser 9% menor do que no ano passado. Até agora, 40% da área plantada foi colhida e a produtividade média obtida é de 6.800kg/ha.
Alojamento
Segundo dados da Apinco, o Paraná representou no mês de fevereiro deste ano, 21,17% do total nacional de alojamento de pintinhos, seguido por Santa Catarina, com 19,85%, São Paulo, com 18,24% e Rio Grande do Sul, com 14,46%. As medidas tomadas agora visam ajustar o custo da produção de frango ao preço do mercado, além de proteger o setor e evitar demissões e outros danos aos envolvidos na cadeia produtiva de aves.
