Consumidores podem ter uma surpresa desagradável quando esta cena se repetir a partir do próximo sábado.
Preparem os bolsos porque os preços de tudo que consome gás de cozinha, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), devem acompanhar, pelo menos parcialmente, a alta que já começou a chegar às revendas, nesta semana. De acordo com o Sindicato dos Revendedores das Distribuidoras de Gás do Paraná (Sinregas-PR), o reajuste por parte das revendas de Curitiba e Região Metropolitana (RMC) deve variar de R$ 2 a R$ 3 no botijão de 13 quilos, o que significa uma variação entre 5% e 7%. Os novos preços são fruto do aumento do custo operacional, o dissídio coletivo da categoria (que ocorre em setembro) e o reajuste da matéria-prima.
Pela última tomada de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizada na semana passada, o valor do botijão ficou entre R$ 34 e R$ 38. De modo que, o reajuste, deve fazer com que os preços praticados, em algumas regiões da cidade, ultrapassem os R$ 40. Embora boa parte das famílias consuma de um a dois botijões no mês, ou seja, um gasto adicional de, no máximo, R$ 6, o grande impacto do gás sobre o orçamento familiar se dará no efeito em cadeia provocado pela variedade de setores atingidos, desde os mais óbvios como panificadoras e restaurantes, até fábricas de vidros.
“Compro a granel o gás, já que nosso consumo médio de gás fica em 10 toneladas de GLP por mês. Fatalmente teremos que repassar para o consumidor final essa variação”, explica o proprietário da Artvidro Brunor, Emerson Brunor. Como o setor é dependente do gás, Brunor se assegura em contratos do tipo comodato, que garantem pelo menos 45 dias de fornecimento de gás no valor antigo. “Se depois disso o produto vier com 7% de aumento, teremos que reajustar a nossa tabela em pelo menos 5%”, prevê.
De acordo com o presidente do Sinregas-PR, José Luiz Rocha, por ser um mercado livre, a grande dica para o consumidor de GLP é pesquisar. “Tem gente que ainda vai trabalhar com o preço antigo por algum tempo. Além disso, o produto varia muito de região para região”, recomenda. De qualquer forma, Rocha diz que é inevitável o aumento. “Em setembro, aproveitamos a data-base da categoria para recompor um pouco dos valores de outros aumentos como insumos de produção, fretes e impostos”, justifica.
Até sábado
Em duas revendas visitadas pelo O Estado, os valores antigos ficarão até sábado, quando chegará a nova carga. “No balcão o botijão sai por R$ 36 e, entregando em casa, R$ 38”, explica o proprietário da Distribuidora de Gás Taboão, Anderson Pereira de Cristo. Com preços iguais ao concorrente, o Disque-Água e Gás Renata, também seguirá com os mesmos valores até a compra da nova carga. “Ainda é cedo para calcular o reajuste, porque só saberemos diante da nota da compra”, explica o proprietário Gerson Silva de Faria. Vale destacar que, segundo os próprios revendedores, devido à grande concorrência, são 500 revendas só em Curitiba, se baixar o consumo, muitos estabelecimentos devem absorver parte dos custos, achatando as respectivas margens.