Preço do gás vai cair mais que o determinado

A partir de segunda-feira, o consumidor vai ter que redobrar a atenção na compra do botijão de gás de cozinha. A expectativa é que a redução de 12,4% no preço nas refinarias seja de fato repassado ao consumidor. Mas a tendência é que o mercado continue sendo marcado pela variação de preços, um prática bastante comum em Curitiba e que acaba gerando confusão. A última pesquisa realizada pelo Procon-PR (Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor), no dia 12, mostra uma variação entre o menor e o maior preço do botijão de 13 quilos de 26,19% para compra no local e de 33,33% para entrega em domicílio.

O menor preço em Curitiba, conforme a pesquisa do Procon, foi de R$ 21,00 e o maior R$ 26,50. Mas ontem a reportagem de O Estado conseguiu encontrar revendedores comercializando a R$ 20,90, como a Pilar Comércio de Gás, no Pilarzinho. Diante da redução de 14,7% da base de cálculo de ICMS pelo governo do Paraná, a revenda baixou R$ 0,10 no preço de quinta para sexta-feira. O proprietário do estabelecimento, Antônio Vojciechowski, não sabe se vai reduzir o preço a partir de segunda. “Vou aguardar o mercado, mas acho difícil baixar mais.” Há três semanas estava vendendo o botijão de gás de cozinha a R$ 25.00.

Mas na revenda Brüsch, nas Mercês, ontem, o preço para o consumidor era de R$ 25,00. O proprietário, Ernani Brüsch disse que se a distribuidora diminuir o preço, o desconto será repassado ao consumidor. “Acredito que vai para uns R$ 23,00. Mas vamos aguardar a Liquigás e estudar o mercado.”

De acordo com a funcionária da Araugás, no Bom Retiro, Luciana Camilo Rocha, o preço do botijão de 13 quilos caiu na última semana de R$ 25,00 para R$ 23,00 e, ontem, custava R$ 21,00. “Por enquanto, vamos aguardar. Vai depender do restante das companhias. Se o preço baixar, o nosso também reduz”, declarou.

O consumidor também precisa ficar atento à variação de preços entre o botijão comprado na revenda e o entregue em domicílio. Alguns estabelecimentos chegam a praticar o mesmo preço para a entrega, mas em outros a diferença chega a R$ 4,00. Por exemplo, na Elias L. Martins, no Prado Velho, o botijão custava, no dia 12, R$ 23,00 na revenda e R$ 27,00 em domicílio. Enquanto que na Saint Germain, no Campina do Siqueira, custava R$ 24,00 no local e R$ 25,00 em domicílio.

Há locais que praticam o mesmo preço de entrega na revenda e em domicílio. Como na ABF Comercial no Boqueirão, onde o botijão de 13 quilos custava R$ 21,00. Mas na Capital Gás, no Bacacheri, o preço único era de R$ 25,00, o que confirma a típica variação do preço do gás em Curitiba.

Base pode ser ainda menor

A Receita Estadual não descarta novas reduções da base de cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do gás de cozinha. Caso o preço do produto no mercado varejista caia, a base sobre a qual incide a alíquota de 18% do gás será revista.

A afirmação é do diretor da Receita Estadual, João Manoel Delgado Lucena. Ele informa que na próxima semana o órgão fará uma nova pesquisa de mercado em todo o Paraná. A última foi realizada entre os dias 15 e 19 de julho. O objetivo é verificar o comportamento do preço do produto.

“O mercado é dinâmico. À medida que ele for se posicionando, nós também vamos nos adaptar”, declarou Lucena. Na última quinta-feira, entrou em vigor a nova base de cálculo do ICMS do gás no Paraná. O valor passou de R$ 33,37 para R$ 28,46, uma queda de 14,7%.

A carga tributária menor sobre o produto contribui para a redução do preço ao consumidor, desde que o benefício seja repassado pelos comerciantes. “O Estado não faz confisco. Cobra imposto. Por isso, nos atemos ao que o mercado cobra”, esclarece o diretor da Receita Estadual.

Custo do botijão varia em até 20%

A expectativa do Procon-PR é que, no Estado, a queda no preço do gás de cozinha seja mais acentuada, em função da redução de 14,7% da base de cálculo de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A medida, que entrou em vigor na última quinta-feira, por enquanto não refletiu significativamente no preço para o consumidor. “O ideal é o consumidor ficar atento. O gás deve baixar, mas vão continuar as variações, que chegam a mais de 20%”, ressaltou o coordenador regional do Procon-PR, Naim Akel.

A partir de segunda-feira, o Procon vai realizar uma nova pesquisa de preço no mercado curitibano. Segundo Akel, é preciso comparar. Devido à variação de preços na capital, uma diminuição no preço mais alto não significa que o botijão sai mais barato para o consumidor. “A previsão é que o gás saia mais barato das distribuidoras. Por isso, o Procon vai continuar monitorando para verificar se a diferença está sendo repassada ao consumidor.”

O Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge) divulgou, na última terça-feira, pesquisa encomendada pelo Die-ese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicas) a respeito dos preços praticados pelas revendedoras de gás de cozinha. Segundo o diretor-presidente do Senge, o engenheiro agrônomo Rasca Rodrigues, a margem de lucro praticado pela distribuição e revenda é de 32% e 59% respectivamente.

De acordo com o sindicato, antes do anúncio do governo que iria reduzir o valor do gás, o preço do botijão de 13 quilos saia por R$ 8,94 na Petrobras e chegava à casa do consumidor por até R$ 30,00. Isso representa um acréscimo de 236%. “A atitude do governo em reduzir o preço do gás na Petrobras minimiza o valor que atinge o bolso do consumidor.

Porém, não possibilita a redução necessária, já que as discrepâncias entre um Estado e outro estão na margem de lucro da distribuição e revenda”, completou Rasca.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo