Preço do gás natural irá à arbitragem internacional

Santa Cruz (AE) – O presidente da estatal boliviana de petróleo, a YPFB, Jorge Alvarado, declarou à imprensa local que a posição do Brasil, nas negociações com relação ao aumento do preço do gás natural proposto pela Bolívia, deve realmente levar o caso à arbitragem internacional. Segundo ele, as declarações do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, indicam que a estatal brasileira está irredutível e não concordará com a alteração da atual fórmula de cálculo do preço que, por contrato, deveria vigorar até 2019.

Alvarado afirmou que a Bolívia pretendia aumentar imediatamente para ?pelo menos US$ 5 o preço do milhão de unidades térmicas britânicas (BTU)? de gás natural, o que representaria um acréscimo de 20% sobre o atual valor. A proposta já seria, segundo ele, abaixo dos US$ 7,50 que o país queria no início, ?mas foi rejeitada pela Petrobras?.

Ele disse que, estes são os resultados preliminares do encontro técnico entre as duas empresas, realizado entre anteontem e ontem em Santa Cruz, na Bolívia. O presidente da YPFB, entretanto, falou que o resultado final da negociação só será divulgado em reunião que acontecerá no Brasil, provavelmente na próxima semana.

De acordo com Alvarado, a YPFB vai repetir na reunião, no Brasil, o argumento de que o preço do gás natural comprado pelo Brasil deve se aproximar do preço combinado dos combustíveis líquidos que o gás boliviano substitui no mercado brasileiro. De acordo com esse critério, o Brasil deveria estar pagando, hoje, pelo menos US$ 7,50 por milhão de BTU.

O preço em discussão entre YPFB e Petrobras, de US$ 5, é semelhante ao que Bolívia e Argentina acertaram há duas semanas, em um encontro entre os presidentes Evo Morales e Néstor Kirchner. Na mesma reunião, foram acertados investimentos conjuntos em um gasoduto e na industrialização do gás.

Petrobras

A Petrobras informou, em nota, que apresentou ontem à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), em reunião na cidade de Santa Cruz de la Sierra, sua posição a respeito do pleito formalizado pela boliviana para revisão da cláusula de preços do Contrato de Compra e Venda de Gás (GSA).

Segundo a nota, a Petrobras expôs que os preços praticados pela YPFB receberam reajustes contínuos e acompanharam o mercado internacional e que, portanto, não há necessidade de revisão do procedimento de cálculo desses reajustes, ?por não ter havido alteração superveniente que comprometa as bases acordadas e que possa prejudicar a YPFB?.

Segundo a nota, a rodada de Santa Cruz de la Sierra, concluída ontem, deu seqüência ao cronograma de reuniões acertados com a YPFB e foi encerrada com o compromisso de ambas as partes de promoverem discussões internas, visando retomar as negociações na semana de 24 a 28 de julho, no Rio de Janeiro, ocasião em que a YPFB apresentará sua posição com relação à argumentação da Petrobras.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo