E os combustíveis voltaram a baixar. Após um início de ano nervoso, marcado por conflitos entre governo federal, usineiros e distribuidores de combustíveis, o mercado dá mostras de mudanças. Mesmo que ainda seja discreta, a redução do preço nas bombas é uma tendência animadora para os consumidores.
Apesar de o preço máximo da gasolina nas bombas continuar no patamar de 2,499 desde o dia 1.º de janeiro, o valor médio do combustível baixou na última semana do mês para R$ 2,367. Na semana anterior, entre os dias 15 e 21, o valor médio era de R$ 2,403 e no período entre 8 e 14 de janeiro, chegou ao valor médio de R$ 2,411, justamente no período marcado pela discussão em torno da alta do álcool. Apesar de a gasolina comum ter apenas 25% de álcool anidro em sua composição, a variação de preços do álcool acabou refletindo nas bombas de gasolina.
Em janeiro, o álcool iniciou a primeira semana com preço médio de R$ 1,734, atingiu o ápice na segunda semana, com o preço médio de R$ 1,792 e passou a cair com o acordo firmado entre o governo federal e os usineiros, atingindo R$ 1,788 entre 15 e 21 e chegando a R$ 1,742 na última semana. O preço mínimo encontrado nas bombas se mantém em R$ 1,650, porém o preço máximo encontrado também caiu de R$ 1,969 para R$ 1,929.
Entretanto, na opinião do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Estado do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, a queda dos preços deve ser encarada com cuidado pelo consumidor.
?O que está acontecendo novamente é uma guerra de preços entre os revendedores?, explica. Essa guerra estaria sendo motivada não por uma disputa leal, mas por diversas irregularidades que acontecem hoje no mercado. ?São muitos os que sonegam, adulteram, e acabam promovendo uma concorrência desleal com os empresários honestos do setor?, desabafa Fregonese.
Com dados um pouco divergentes dos oferecidos no site da ANP, Fregonese diz que a gasolina está custando para o revendedor entre R$ 2,18 e R$ 2,22 e está sendo vendida em média a R$ 2,29 – a média da ANP é de R$ 2,367. ?Os revendedores estão com uma margem bruta de 9 centavos, em média, o que torna o negócio insustentável.?
No caso do álcool, segundo Fregonese, os números nem chegam a ter lógica. O custo médio, para o revendedor, é de R$ 1,62 a R$ 1,74 e em alguns postos o litro do álcool está sendo vendido a R$1,69, ou seja, abaixo do preço de custo. ?É em casos como esse que aumenta a suspeita de irregularidade.?
Justamente por isso, todo o cuidado do consumidor é pouco. A orientação é para que haja muita atenção no local onde eles abastecem seus carros: ?É preciso pegar sempre a nota fiscal e, em caso de dúvida, denunciar o posto para a ANP, Agência Nacional de Petróleo, ou para o Procon, para que sejam tomadas as devidas providências?
Como no entendimento do Sindicombustíveis-PR a redução é irreal, a entidade acredita que a qualquer momento os preços voltem a subir.
