Uma queda repentina no preço do álcool em Curitiba está surpreendendo os motoristas. Se, até a semana passada, era difícil encontrar o produto abaixo de R$ 1,30 o litro, esta semana é comum alguns postos venderem o combustível a menos de R$ 1,20.
Com alguma procura, encontra-se valores abaixo até de R$ 1,10. Mas a oscilação para baixo, que não está se repetindo nos valores pagos aos produtores, é apenas pontual, e não uma tendência.
Segundo o diretor-presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, os produtores estão satisfeitos com o valor atingido nos últimos meses.
Em maio, quando o preço do álcool nas bombas atingiu seus nível mais baixo no ano, o setor produtivo reclamava de valores muito baixos pagos no início da cadeia, entre R$ 0,72 e R$ 0,75, incluídos os impostos. Hoje, o valor chega a cerca de R$ 0,90.
A tendência, segundo Tormena, é de que os preços pagos às usinas continue em nível parecido com o que está. “O preço estava aquém do custo de produção. Mas agora está firme, atende aos interesses dos produtores e deve permanecer assim”, afirma.
Ele avalia que a estabilidade siga pelo menos durante o resto do ano, e que os valores mais baixos nas bombas devem ser promoções pontuais. “Também pode ser que os postos estavam vendendo a preços um pouco acima do normal”, pondera.
O dirigente da Alcopar informa, ainda, que a moagem da safra 2009/2010, em agosto, está em um ritmo forte, para recuperação do tempo perdido com as chuvas ocorridas em julho.
Esta semana, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou que as chuvas de julho reduziram o tempo disponível para moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do País.
De acordo com relatório da entidade, os números da safra 2009/10 mostram uma moagem acumulada de 246,66 milhões de toneladas, 15% superior ao acumulado no mesmo período na safra anterior.
No entanto, a moagem na segunda quinzena de julho atingiu 35,9 milhões de toneladas, diminuindo 6% em relação à mesma quinzena na safra passada. A Unica considerou o aproveitamento, de 81%, “muito abaixo da média histórica” do mês.
A última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), referente à semana entre 2 e 8 de agosto, não chegou, ainda, a registrar nenhuma baixa nos preços do álcool nos postos e distribuidoras de Curitiba.
A média dos valores apurados, na capital, ficou em R$ 1,329, com preços mínimos chegando a R$ 1,135, e máximos a R$ 1,499. No mesmo período, os preços médios, nas distribuidoras, era de R$ 1,145.
