Os preços das passagens aéreas, que já subiram em média 10% nesta semana, poderão ter novo reajuste, caso a cotação da moeda americana suba ou o câmbio se mantenha num nível superior a R$ 3,00 por dólar. De acordo com analistas do mercado de aviação, se o dólar estacionar em R$ 3,15, as empresas precisarão aumentar as passagens em pelo menos 5%.
?A não ser que a taxa de câmbio baixe até a casa dos R$ 2,90 por dólar, as empresas terão de voltar a reajustar. Do contrário, a situação ficará insustentável?, diz o analista do Itaú Alexandre Torrano. ?A desvalorização de janeiro de 1999 surpreendeu, mas o caixa das empresas era melhor.?
Hoje, explica Torrano, o ritmo de queda do real ainda é imprevisível e, para piorar, a rentabilidade das companhias chegou a níveis críticos. A participação do dólar nos custos das empresas também aumentou desde o ano passado, passando de cerca de 40% para 50%, em média, como é o caso da Rio Sul, subsidiária da Varig. ?É o pior momento já atravessado pelas companhias?, diz o analista do Unibanco Carlos Eduardo Albano. ?Nenhuma empresa estava preparada para a alta dos custos.?
O passageiro que se acostumou às promoções e descontos que marcaram o primeiro semestre passará a se surpreender a cada visita aos balcões das empresas aéreas. Até mesmo a Gol, que foi o pivô da guerra de tarifas ao entrar nas principais rotas com preços mais baixos, teve de reajustar em 9% o preço dos bilhetes e cancelar todas as ofertas.