A aceleração de preços no grupo Alimentação (de 0,99% para 1 09%) levou à taxa maior do IPC-S, que subiu 0,49% até a semana encerrada em 7 de setembro, ante aumento de 0,42% apurado no índice de até 31 de agosto. A informação partiu do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Segundo ele, houve queda de preços mais fraca em frutas e alta mais intensa de preços em arroz e feijão.
O economista informou que os preços dos alimentos poderiam ter subido mais, não fosse as desacelerações de preços em laticínios (de 5,38% para 4,14%) e carnes bovinas (de 2,93% para 2,36%). "Se os preços dos alimentos tivessem com alta mais intensa, o IPC-S também teria subido mais", disse.
O economista explicou que os preços de frutas têm comportamento volátil, e depende do clima. Por isso, as mudanças de patamar na inflação desse segmento são mais freqüentes. Porém, no caso de arroz e feijão, o economista admitiu que o aumento mais intenso de preços foi ocasionado de repasse, da recente alta de preços dos grãos no atacado para o varejo.
Laticínios
No caso dos laticínios, o economista observou que houve o enfraquecimento no aumento de preços do leite (de 5,15% para 2 47%). Braz afirmou que o preço do leite, em disparada durante todo o ano de 2007 (acumulando alta de cerca de 50% no ano), já começa a dar sinais de arrefecimento. "Eu espero que já na próxima apuração (do IPC-S) algumas capitais mostrem queda no preço do leite", disse.
No caso das carnes bovinas, o economista informou que o preço deste produto também registrou aumentos intensos durante o ano devido a problemas climáticos que prejudicaram o pasto, e afetaram negativamente o gado. Mas os preços das carnes bovinas começam a se ajustar, e a subir menos, devido à melhora na oferta do produto, de acordo com o economista.
Previsão
O próximo IPC-S, que será referente à semana encerrada em 15 de setembro, deve ser maior do que anunciado hoje, de até 7 de setembro e que subiu 0,49%, segundo André Braz. De acordo com ele, o próximo resultado do indicador será pressionado para cima por dois fatores: aumentos em tarifas públicas; e continuidade na elevação de preços de alguns alimentos.
No caso das tarifas, Braz explicou que houve um aumento de 8,5% na taxa de água e esgoto na cidade do Rio de Janeiro. Além disso o economista informou que houve uma aceleração de preços em gás de botijão (de 0,32% para 0,94%), que continuará a pressionar o IPC-S, em sua próxima apuração. Já no caso dos alimentos, Braz não descarta a continuidade na elevação de preços de alguns produtos alimentícios no varejo. É o caso da aceleração de preços em arroz e feijão (de 2,47% para 3,29%).