A forte aceleração nos preços dos produtos agropecuários no atacado (de 2,64% para 6,04%) levou à taxa maior do IGP-10, que subiu 1,47% em setembro, ante aumento de 0,64% em agosto. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo o economista, foi a mais intensa elevação para produtos agropecuários, no âmbito do IGP-10, desde dezembro de 2002, quando esse tipo de produto subiu 6,84%.

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No setor agropecuário, Quadros chamou atenção para a movimentação de preços dos comercializáveis, composto quase que inteiramente por commodities. O aumento nos preços das matérias-primas comercializáveis passou de 1,66% para 9,45%, de agosto para setembro – a mais forte elevação de preços desde novembro de 2006, quando os preços desse tipo de produto subiram 10,14%.

O economista comentou que a movimentação de preços dos produtos agropecuários é originada de vários fatores diferentes, como o período de entressafra diminuindo a oferta, no mercado interno; e fortes demandas interna e externa por produtos agropecuários específicos. Entre as elevações de preços mais importantes no atacado, estão as de milho (15,70%); soja (10,13%); e trigo (12 57%).

Ainda de acordo com Quadros, essa movimentação de preços agropecuários atingiu também o setor industrial, no segmento de alimentos processados. "A elevação nos preços dos produtos industriais passou de 0,25% para 0,75%, de agosto para setembro. Isso não é pouca coisa", afirmou o economista, acrescentando que no mesmo período, a alta dos preços dos alimentos processados passou de 1,88% para 3,33%.

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