A inflação dos alimentos no varejo, reduzida para menos da metade (de 1,09% para 0,46%), foi o principal fator que levou à taxa menor do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que subiu 0,32% na semana encerrada em 15 de setembro, ante aumento de 0,49% no indicador anterior, de até 7 de setembro. A avaliação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz.

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Segundo ele, os destaques que levaram à desaceleração na taxa do indicador foram as desacelerações e quedas de preços em laticínios (de 4,14% para -2,54%); hortaliças e legumes (de 2 89% para -1,87%); e carnes bovinas (de 2,36% para 1,82%).

"Mas isso não significa que não esteja ocorrendo repasse da alta de preços dos agropecuários no atacado para o varejo", afirmou Braz.

Entre os exemplos de repasse citadas pelo economista, estão as acelerações de preços em óleo de soja (de 2,66% para 3,14%); arroz (de 2,51% para 3,23%); feijão preto (de 6,09% para 7,92%). Embora tenham sido expressivas, essas elevações de preços mais intensas não foram suficientes para conter a influência benéfica de quedas e desacelerações de preços em alimentos de grande peso na formação da inflação do varejo.

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Porém, o economista acredita que o IPC-S possa voltar a acelerar. Isso porque o indicador será pressionado por reajustes em tarifas de água e esgoto residencial, autorizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além disso, os preços do grupo transportes deve registrar queda ainda mais fraca, no próximo resultado do índice. "A queda no preço do álcool passou de -5 23% para -4,74%. Isso vai continuar, porque o período de safra da cana está acabando", disse, considerando que, com o fim da safra de cana, os derivados do produto também contarão com uma oferta mais reduzida – o que elevará os preços do item no mercado.