O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a 1,32% em março, para o maior resultado desde fevereiro de 2003, impulsionado por quatro dos nove grupos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal deles foi Habitação, que passou de 1,22% em fevereiro para 5,29% em março, puxado pelo aumento médio de 22,08% nas tarifas de energia elétrica.

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Também aceleraram Alimentação e Bebidas (0,81% para 1,17%), Vestuário (-0,60% para 0,59%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,60% para 0,69%). Neste último, a alta de 1,36% do item higiene pessoal foi o principal impacto.

Por outro lado, o grupo Comunicação aprofundou o ritmo de queda, com recuo de 1,16% em março. As tarifas de telefone fixo ficaram 4,13% mais baratas, resultado da redução média de 22,00% nas tarifas de telefonia fixa para móvel, vigente a partir de 24 de fevereiro. Perderam ainda força os grupos Artigos de Residência (0,87% para 0,35%), Transportes (2,20% para 0,46%), Despesas Pessoais (0,86% para 0,36%) e Educação (5,88% para 0,75%), informou o IBGE.

Transportes

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O grupo Transportes desacelerou na passagem de fevereiro para março. No mês passado, o aumento foi de 0,46%, contra alta de 2,20% no segundo mês do ano, no âmbito do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Entre os impactos negativos, as passagens aéreas se destacaram com queda de 15,45% em março, informou o IBGE.

A gasolina ficou 1,26% mais cara, ainda reflexo do aumento nas alíquotas do PIS/Cofins, que entrou em vigor em 1º de fevereiro. O litro do combustível totaliza 9,80% de aumento médio neste ano, atingindo alta de 11,49% em 12 meses. Já o item ônibus urbano subiu 0,85%, reflexo do impacto de aumentos em Goiânia (10,00%), onde o reajuste de 17,85% no valor das tarifas está em vigor desde o dia 16 de fevereiro; Porto Alegre (7,97%), onde o reajuste foi de 10,85% a partir de 22 de fevereiro, e Curitiba (3,40%), onde o reajuste de 15,78% vigora desde o dia 06 de fevereiro.

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“Neste ano, as tarifas de ônibus urbanos estão, em média, 11,91% mais caras, e ainda não foram reajustadas em quatro das 13 regiões pesquisadas”, destacou o IBGE. Considerando os últimos 12 meses, a média é de 14,05%, com duas regiões sem reajuste. Também no grupo dos Transportes, pressionaram o índice os itens seguro voluntário de veículo (3,05%), acessórios e peças (1,50%), automóvel usado (1,28%) e conserto de automóvel (1,15%).

Alimentação e bebidas

As despesas com Alimentação e Bebidas avançaram 1,17% e adicionaram 0,29 ponto porcentual ao IPCA de março. Trata-se do segundo maior impacto do mês, atrás apenas de Habitação, grupo que foi impulsionado pelo aumento da energia elétrica. Alguns alimentos registraram aumentos expressivos, como cebola (15,10%) e ovos (12,75%). Também ficaram mais caros o feijão-fradinho, as hortaliças, o tomate, o óleo de soja, o leite longa vida e o feijão carioca. O pão francês subiu 0,93% em março, um dos destaques do mês, mas ainda assim desacelerou em relação a fevereiro (1,23%). Com o resultado do mês passado, os alimentos já ficaram 3,50% mais caros neste ano. Nos últimos 12 meses, a alta é de 8,19%, segundo o IBGE.