O mercado financeiro começa a trabalhar com a possibilidade de aumentos nos preços da gasolina e diesel este ano. Segundo analistas, há uma defasagem entre 15% e 20% nos preços internos em relação às cotações internacionais. Gasolina e diesel não são reajustados desde setembro de 2005.
A maioria dos analistas acredita que a Petrobras deve esperar as eleições para anunciar mudanças. Na quarta-feira a estatal aumenta em 1,2% o preço do querosene de aviação (QAV), reajustado todos os meses.
É consenso entre os analistas que a manutenção dos preços da gasolina e do diesel prejudicou o desempenho da companhia no primeiro semestre. ?Nossa principal decepção com relação ao resultado do segundo trimestre refere-se às margens de refino?, afirmou, em relatório distribuído ao mercado, o analista do banco suíço UBS, Gustavo Gattass. Na sua opinião, o desempenho da empresa poderia ser ?muito mais forte? no período, mas foi prejudicado pela falta de reajustes.
A empresa de avaliação de riscos Austin Rating calcula uma defasagem média de 19,8% nos preços internos. ?Entretanto, por causa do pleito eleitoral, bem como pelo cenário ainda instável no Oriente Médio, acreditamos que a Petrobras deverá anunciar reajuste no preço dos combustíveis apenas no último bimestre deste ano?, diz relatório enviado pela instituição a seus clientes.
A Austin trabalha com a possibilidade de reajustes entre 10% e 15%. Já o analista Guilherme Martins, da corretora Ativa, fala em 10%. Gasolina e diesel não são reajustados desde setembro, quando o petróleo oscilava na casa dos US$ 60 por barril. Ontem o petróleo Brent fechou o dia a US$ 74,39, US$ 1,33 mais barato do que no pregão anterior, já refletindo o cessar-fogo no Oriente Médio.