A proximidade do verão no Hemisfério Norte eliminou a diferença de preços entre a gasolina brasileira e a negociada nos Estados Unidos, usada como parâmetro para a política de preços da Petrobrás. Segundo cálculos feitos por analistas a pedido do Estado, a defasagem, que já chegou a 60% este ano, não existe mais, o que reduz a pressão por redução nos preços internos.

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Anteontem, a gasolina americana era negociada por US$ 1,8716 o galão, o equivalente a R$ 0,9866 por litro, diz executivo de uma empresa especializada em trading de combustíveis. Somando o custo de trazer o produto ao País, o preço chega a R$ 1,05 por litro – R$ 0,04, ou 3,66%, menos que o valor de venda das refinarias da Petrobrás, de R$ 1,09 por litro.

Em fevereiro, quando o petróleo rondou a casa dos US$ 40 por barril, a gasolina brasileira chegou a ficar 60% mais cara que a dos EUA, já que a Petrobrás não repassou a queda do preço do petróleo após o agravamento da crise. Na época, houve grande pressão para que a estatal reduzisse os preços internos, mas a companhia alegou que era cedo para dizer que o mercado internacional havia atingido novo nível.

Nas últimas semanas, o petróleo disparou para acima dos US$ 65 por barril. O movimento é sazonal e acompanha a expectativa de maior demanda por gasolina no verão americano, em um período conhecido como “driving season” – temporada em que as viagens de carro se intensificam. Segundo analistas, o ritmo de alta do preço da gasolina é ainda maior do que o das cotações do petróleo.

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O mercado não espera, portanto, nenhuma alteração no preço da gasolina no curto prazo. Já o preço do diesel continua com grande defasagem em relação ao mercado internacional, uma vez que não é afetado pela “driving season”. Pelo contrário, as cotações do produto costumam subir perto do fim do inverno, uma vez que se trata do principal combustível utilizado para calefação.